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Este compêndio de pensamentos esvoaçantes, em fragmentos, existe há quarenta anos, desta forma, desde os dias de Faculdade de Formação de Professores (1982/83), sob o incentivo da Professora Yara Vieira, do Professor Cursino, especialmente, e de pessoas como Rosa Pimentel, Dores, Leda Rabelo, que abriram para mim o universo da literatura, da escrita e da leitura.
Aqui existem tentativas de expressar pensamentos, de muitas formas, disformes, sem aprimoramento, só pensamentos. É o que se compartilha.
No momento da formação como pessoa, aquela transição de adolescente para adusto, foi-me momento de especial iluminação divina. Porque nesse instante me apareceram na vida figuras humanas extraordinárias: Deusdeth Matias, Clovis Teles da Silva, Jaime Carneiro dos Reis, Wilma Teixeira, Alfredo Ferreira de Souza, pessoas que tinham em comum uma paixão pela filosofia, pela conversa produtiva, pela leitura de clássicos, que me inspiraram. Deusdeth Matias não possuía uma biblioteca, era um arsenal.
No transcorrer desse tempo, muito do escrito se perdeu; muito foi descartado, em nome do perfeccionismo, talvez. Fui o crítico mais rigoroso do que escrevi.
Textos ficaram no arquivo da memória, e, desarquivados íntegros; em outros tantos, as ideias permaneceram, resistiram, persistiram existindo, e, foram resgatadas a partir de lembranças, lapsos, resquícios, fragmentos.
As piruetas mentais, os devaneios de pensares, o ideário de rebuscar signos e sentidos e sonhos nas palavras; traduzir o amor, transmutar a dor latente no âmago do poeta faz com que, superando a autocrítica, achando que aqui ou ali, dentre tantas, alguma letra há de ser razoável, materializa-se formalmente fragmentos de versos, diversos, quiçá.
Compartilhar é também um desejo de provocação. De provocar voos, imaginação, lembranças, sonhos.

Paulo Pinto