Verena Becker: “A facilidade em criar histórias me levou à carreira literária”

A expressão “papel existencial” se refere a algum aspecto de nossa vida prática. Cada um de nós incorpora diversos, no nosso cotidiano e relações. Podemos ter, por exemplo, papeis existenciais como mãe, amiga, profissional… E existe, também, o “papel existencial escritor” e é sobre ele que conversamos com a escrita Verena Becker, autora de diversos livros publicados pela Pragmatha. Confira:

Quando você se deu conta de que queria ser escritora?

Enquanto professora de artes visuais, seguidas vezes colegas perguntavam de onde eu tirava tantas ideias para minhas aulas, que normalmente se tornavam aulas de artes e conhecimentos gerais. De onde eu tirava tanta criatividade? Foi quando tive a ideia de colocar no papel coisas da minha vida, desde criança, e que imaginava serem o motivo de minha cabeça inventar tantas coisas diferentes do que consideravam normal. Assim, saiu um livro independente chamado “Janelas da Criatividade”. O segundo livro surgiu por ver que pouca gente, mesmo no Rio Grande do Sul, tinha conhecimento sobre Sepé Tiaraju, ruínas de São Miguel, guerra guaranítica e outros aspectos deste período. Sou nascida em terras missioneiras, Santo Ângelo/RS, e tudo isso me deixava irritada. Então resolvi escrever sobre essa terra e sua história, mas gostei de escrever e criei personagens. Vi que gostava de contar histórias, principalmente romances. Iniciei cursos de escrita, queria sempre escrever mais. Portanto, a facilidade em criar histórias me levou à carreira literária.

Você tem manias ou superstições enquanto escritora?

Mais manias do que superstições. Gosto de escrever pequenos rascunhos, que estão numa pasta denominada “Fiapos”, que aproveito depois quando estou escrevendo um romance ou uma crônica. Como superstição? Talvez contar para poucas pessoas sobre o que estou escrevendo.


Qual seu maior sonho, como escritora?

Ser mais conhecida em nível nacional, vender um pouco mais para poder editar mais livros, pois as edições são caras e o retorno nunca preenche em cheio o que a gente investiu.


Que etapa da produção de um livro você mais gosta?

Quando estou escrevendo e vêm ideias novas, mirabolantes, mas também gosto de ver o retorno das pessoas que realmente leem meus livros e dão suas opiniões.


Como você avalia a cena literária independente do Brasil?

— Não sei se hoje em dia arriscaria fazer um livro independente como meu primeiro, acredito que existem boas editoras prestadoras de serviços que nos ajudam bastante. Sei que vender o livro, em grande parte, é função minha, mas nesse mundo louco a gente se perde se sozinha.

Verena Becker é também autora de “Coragem – Substantivo feminino”, “Dois bilhetes: Mozapanuza e eu pelo mundo”, e “O Diário Vermelho”.