Um dia mágico

O presente chegou com cinco anos de atraso, mas ele ainda se emocionou. Conheceu-a na viagem a Toscana. Estavam no mesmo hotel, uma taça de vinho solitária apreciando os campos e cruzaram os olhares. Conversaram, conheceram-se, enamoram-se. Ela inglesa, de York; ele brasileiro, do Rio de Janeiro. No dia seguinte, o último de férias para ambos, passearam pela região, sorriram um para o outro, arriscaram tocar-se as mãos. Foi aquele típico dia de sol de outono, leve brisa, leve sol. Terminaram o dia em uma cantina, onde viveram aquele momento mágico em que duas almas se completam, destes que vivemos poucas vezes na vida. Amaram-se.

Ele acordou e na mesa do quarto encontrou um recado. Nele dizia:

– Foi um dia mágico e inesquecível.

Cada um voltou para sua casa, em mistura de sentimentos felizes e sentimentos tristes. Feliz por viver, triste por não poder mais viver. Ele achou que ela o tinha esquecido depois de tanto tempo, mas quando sua mãe lhe avisou que algo de York havia chegado para ele, emocionou-se. Era um pacote enviado há cinco anos e exatamente dois dias depois da aventura italiana. Com ele nas mãos, não resistiu. Sentou-se no chão e chorou.

Eduardo Guilhon Araujo

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo email sandra.veroneze@pragmatha.com.br