Réveillon

Suspirou aliviado, dois mil e vinte um agora já era passado, a sensação é que tinha acordado de um pesadelo bem pesado.
Inúmeras perdas e danos, momentos completamente insanos e naufrágio de vários planos, provavelmente o mais duro de todos os seus anos.
Desencontro total com a sorte, perda do norte, invasão e queda do seu forte e o fantasma constante da morte.
Muito mais do que uma simples troca de folha no calendário, era a esperança do término do longo calvário, uma alteração de itinerário e a volta da sua persona corsário buscando a felicidade por onde fosse necessário.
Agora era hora de lamber as feridas, aceitar as despedidas, trazer à tona suas reservas emocionais escondidas e planejar suas próximas partidas.
O luto urge ser abandonado, o sentimento ruim foi destilado e esgotado, o presente precisa ser traçado e o futuro planejado.
Depois dessa longa jornada errática e dramática, é preciso colocar tudo que dolorosamente aprendeu em prática e usar sua tática nada dogmática.
A vida cobrou seu preço, virou-o do avesso, mas agora apresentava-lhe a chance de um recomeço e isso não tem preço.
Abriu os olhos, levantou, respirou fundo e partiu célere e confiante para seu novo mundo.

Por Leonardo Andrade

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br