Deitou-se na cama e chorou. Como podiam existir pessoas desta estirpe no mundo? Como alguém podia matar sem dó e nem piedade? Eram perguntas sem respostas — pensou.
Clara tinha um lindo cachorro, o nome dele era Gael, um labrador, rondava a vizinhança, todos o conheciam. Era um cara do bem, não era de rosnar para as pessoas. E foi morto com tanta brutalidade, por aquela velha má! Isso que ela era, uma velha má, desumana, que, por não ter amado ninguém, nunca foi amada também. Não, não era uma louca varrida como a estavam chamando, era uma pessoa que nasceu má e iria morrer má.
O Gael, errou, sim. Errou matando a galinha daquela senhora, até isso estava mal explicado. Foi a primeira vez que fez isso. Ela não precisava ter dado aquelas “facõezadas” e depois ter cortado o pescoço dele.
— Vou levar ao conhecimento da polícia e de entidades ambientais — Clara pensou alto soluçando — Esse crime não vai ficar impune, ela vai pagar por ele, nem que eu gaste meu último tostão com advogado.
Clara levantou-se da cama. Respirou fundo. Foi ao banheiro, tomou um banho. Ela sabia o que iria fazer agora. Deitada e chorando, não resolveria o problema. Sentou-se na frente do computador e começou. Primeiro colocaria nas redes sociais. Tinha fotos e até um vídeo daquela velha agindo. Começou a teclar…
“Estou aqui, teclando e chorando, pois não consigo imaginar como uma pessoa pode ser tão má a ponto de matar um animal indefeso com tanta crueldade. Como consegue dormir, sabendo que tirou a vida de um anjo? Foi um crime torpe. Casos assim, infelizmente, não são incomuns. Mas temos que denunciar para que a impunidade não prevaleça. Ainda bem que hoje em dia temos as redes sociais. Vou até as últimas consequências, para que o meu Gael e tantos outros que são mortos assim, sejam vingados, que seus covardes algozes sejam punidos…”
Por Giovana Schneider
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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br