Que escritor você convidaria para um café?


Que escritor você convidaria para um café? Em torno de quais assuntos a prosa giraria? Fizemos estas perguntas a autores da Pragmatha Editora. Confira:

Eduardo Guilhon Araújo – Adoraria chamar o Fernando Sabino para uma prosa leve com duas boas cervejas. Com o seu menino, foi ele que me fez gostar de ler ainda adolescente, hábito que nunca mais parei e me fez (faz) descobrir mundos incríveis. A escrita, depois, foi o caminho natural. Adoraria perguntar para ele sobre seus grandes personagens, além do menino, claro, o mentecapto. Antes de me despedir, agradeceria por todo este mundo novo que ele me fez conhecer.

Magno Machado de Freitas – Tem tantos escritores maravilhosos que eu chamaria… Mas, como é só um, eu chamaria “Jojo Moyes”, porque aqueles romances simplesmente acabam comigo. Desmancho-me em lágrimas. Eu gostaria de aprender um pouco sobre o seu poder de criação. Alguns livros dela que me impactaram: a série “Como eu era antes de você” e o livro “Um caminho para a liberdade”. Só de me lembrar, me arrepio.

Rosalva Rocha – Eu convidaria Mia Couto, pela sua simplicidade e, ao mesmo tempo, profundidade ao escrever. Para mim, o Mia tem alma feminina, sem querer entrar no âmbito da bandeira… É sensível demais. Além disso, escreve de tudo: poesias, contos, romances e crônicas. Fico imaginando o quanto eu aprenderia com ele, mesmo que eu pouco tempo.

Mara Carvalho Leite – Se eu pudesse tomar um café com um escritor, seria o João Justiniano da Fonseca. Infelizmente, não está mais entre nós. Foi um poeta e escritor baiano que faleceu em 2016. A última vez que eu estive com ele foi em Salvador, na Bahia. Tomamos um café e batemos um papo bem gostoso. Ele ainda tinha a rotina de se sentar todos os dias depois do café da manhã e revisar seus textos no computador. Foi um escritor muito ativo até os 96 anos. É dono de uma vasta obra, que inclui livros de poesias, contos, romances, crônicas e biografias. Era muito conhecido e reconhecido no Rio Grande do Sul, onde tinha muitos amigos colegas de profissão e onde participava de vários eventos literários. Era um senhor com alma de menino que amava as mulheres, a vida e a poesia. Era bem-humorado e muito perspicaz. Vivia com muita alegria. Tive o privilégio de tê-lo como amigo e conviver com ele durante 20 anos, sendo um aprendizado incrível. Foi um exemplo de bem viver para mim. Deixou saudades e ainda faz muita falta no meio literário.

Giovana Schneider – É difícil escolher. Tem vários(as) na lista. Mas vamos lá. Tem um que tenho uma certa curiosidade de saber um pouco de sua trajetória, sentar e conversar. Acho que de repente ia ser bem interessante. É o escritor Ken Follet. De seus livros li “Os Pilares da Terra”, cujo filme também assisti. É ter muita imaginação para criar uma história longa. E gira principalmente em torno da construção de uma catedral. Como é escrever um calhamaço, e não sair do foco? Penso que ele tem muitas histórias para contar. Seriam muitas perguntas. Lógico, saboreando um ótimo chá. Esta seria uma tarde memorável, pois com certeza seria no chá das cinco.

HB Ribeiro – Eu gostaria de convidar Borges (o Jorge Luis), para um café, numa boa cafeteria. Se ele me desse a honra de atender, proporia que me confidenciasse a raiz das suas inspirações. Ao menos de algumas, como o que levou a imaginar alguém que percebe todos os detalhes do que acontece no dia inteiro e nada esquece, de “Funes, o Memorioso”. Ainda colocaria na mesma mesa Italo Calvino e perguntaria a Borges se conhecia o poeticamente descritivo “As Cidades Invisíveis”. Tivesse ou não o argentino lido esse livro, poria ambos a interrogarem-se mutuamente, para que eu pudesse deliciar-me com o diálogo. Como devem ter sido muito curiosos intelectualmente, tenho certeza de que o café fecharia e eles continuariam conversando. E eu ouvindo, se não me expulsassem antes por espionagem de segredos.

Cleia Drose – Às vezes, ao ler a obra de um autor, é quase como se nos tornássemos “íntimos”. Isso acontece em especial quando lemos vários livros do mesmo autor. Existem vários com quem gostaria de sentar e ficar conversando, bebericando algo só para molhar “a goela”. Mas creio que no topo da lista está Isabel Allende com sua Eva Luna, Maya, Inês e tantos outros personagens.