Quando um poema inspira a composição da capa: “algo que surge do meu outro eu, do alterego”

O escritor Cláudio Reguly é autor de “O espantalho”, publicado pela Pragmatha Editora, e compartilha quais foram as fontes de inspiração, o processo de produção, simbolismo e particularidades para criação da capa. Confira seu depoimento:

“A minha inspiração para capa vem sempre de um dos poemas escritos. O que não podia faltar na capa dos meus livros é a imagem do autor de alguma forma contextualizada no cenário, desenhada, estilizada, caracterizada ou caricata na arte da capa. Isso é algo que me deixa feliz, realizado, com uma sensação diferente e efetiva de estar ali, na porta do livro, que na minha percepção é a capa.

Em todas as capas a ideia primeira partiu de uma inspiração minha sobre algum dos poemas, ou podemos considerar como algo que surgiu com o meu outro eu, o alterego. A imagem era criada naturalmente na minha mente a partir da minha interpretação do poema, e depois em uma conversa pessoal era descrita ao profissional responsável pela arte da capa (no caso Diego De Souza). Nessa conversa, o artista se aproximava da intimidade literária do autor, conseguia compreender meus desejos, e se colocava apto a sugestionar, e ainda fornecia informações técnicas relevantes sobre a arte gráfica do trabalho a ser realizado.

A mensagem que eu pretendia passar era de mostrar uma outra forma de conferir identidade ao livro, que não somente o título e o nome do autor estampados na capa, algo sutilmente contextualizado, porém marcante incluído na arte da capa.

A receptividade foi excelente, com demonstrações de alegria, de espanto, de admiração por parte dos leitores em relação a ideia criativa da capa, e também pela valorização em relação ao trabalho realizado na arte da computação gráfica.”