Presente no passado

O presente chegou com cinco anos de atraso, meio que por acaso quando eu já partia para o ocaso. Veio com aroma de fim de caso, muito fora do prazo.

O tempo errou, a vontade passou, a necessidade acabou e o desejo encerrou.

Seria presente no passado, quando era ansiosamente esperado e já previamente muito amado.

Por que agora? Por que a demora? Desculpe, estou fora.

Agora, praticamente recuperado de um período tão doído, quando esse hiato estava quase esquecido, não suportarei ver tudo repetido.

Algumas expectativas, se não cumpridas no exato momento, desgastam o sentimento e são levadas pelo vento, lamento.

Não vou sequer desfazer o laço, não mudarei um milímetro meu passo, não quero, obrigado, abraço.

De verdade, não mais importa, saia e bata a porta, essa história já está morta.

Não me incomodo com o que você venha a pensar, nada vai mudar, independente do que ache que pode justificar,

O que tinha tudo para ser tão bonito, agora é finito. Encerrado, tenho dito.

Por Leonardo Andrade

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo email sandra.veroneze@pragmatha.com.br