— O senhor poderia dar licença? — fala Norma com as mãos cheias de sacolas.
— Sim — respondeu Saulo, virando-se. Quando seus olhares se cruzaram, algo mudou naquele momento, parecia que o tempo houvesse parado, talvez, havia parado mesmo, foi uma energia muito forte.
Ficaram se olhando, quando alguém também pediu licença, ambos se viraram e se desculparam por estarem atrapalhando. O primeiro a falar foi Saulo:
— Nossa, quantas sacolas, deixe-me ajudá-la, por favor.
Norma não se fez de rogada, e deixou:
— Obrigada por me ajudar.
Os dois pareciam um pouco hipnotizados. Saulo novamente quebra o silêncio:
— Aceita tomar um café?
— Sim, sim.
Assim os dois foram caminhando juntos…e estamos juntos até hoje…
— Que história de amor linda, mãe — Laura fala com os olhos marejados.
— Filha, seu pai e eu estávamos predestinados, eu acredito, foi um encontro que não estava marcado, e simplesmente aconteceu, o reconhecimento desses encontros vem da alma.
Laura é adulta, já teve vários namorados. Mas acredita que ainda vai ter o seu encontro de almas. Abraça a mãe e dá um beijo em sua testa, sua mãe fala calmamente:
— O encontro de duas almas tem uma coisa muito bonita, a afinidade, não a aparência física, nem enxergamos, é isso minha filha, espero que você encontre a sua.
Por Giovana Schneider