“Poesia para mim é a vida gritando por dentro”

A poeta Andreia Teixeira da Silva está ultimando os preparativos para publicação de seu livro de estreia, “A poesia cura”, pela Pragmatha Editora. Nesta entrevista, ela fala sobre como surgiu a ideia do livro, suas fontes de inspiração, processo de escrita e mais!

Como surgiu a ideia do livro?

Embora eu sempre tenha gostado de escrever, principalmente poesias, eu não me imaginava publicando um livro de poesias. Algumas vezes faço leituras deles em sala de aula ou em alguns saraus, compartilhei muitos deles principalmente com a Rede de Educadores para Paz em nossos círculos e muitos poemas foram criados inspirados nos círculos. Eu preciso dizer que foi por incentivo do Samuel, e dos demais colegas da Rede, mas principalmente dele, um dos fundadores do Núcleo de Cultura de Paz e Práticas Restaurativas Nelson Mandela, é que acreditei nesse projeto.

Quais são suas fontes de inspiração?

Para mim, tudo vira poesia. Tudo que me marca, incomoda, mexe com meus sentidos, meus sentimentos, tudo que quero expressar, todo amor ou revolta pode ser pintado em palavras. Acordar numa bela manhã acreditando  nas pessoas, nutrindo a esperança, pode virar poesia, mas se o contrário acontecer, também pode ser uma poesia para voltar a creditar. “Poesia para mim é a vida gritando por dentro”.

Como foi o processo de escrita?

Esse livro traz alguns poemas antes de conhecer o núcleo Nelson Mandela, como Rap do professor e Consciência Negra. Eu acreditava em algo que me levou a fazer o curso de Cultura de Paz em 2019. Muitos dos poemas nesse livro foram feitos depois de conhecer e me reunir em círculos para trocas de experiências e vivências com o Núcleo de Cultura de Paz e Práticas Restaurativas Nelson Mandela, e de iniciar uma transformação em mim mesma, quanto pessoa e quanto professora e educadora.

O que a poesia representa para você?

A poesia para mim representa liberdade, e a maior expressão do meu eu, desse EU sempre em transformação, como falo no poema Quem sou? Mas também um convite para o sentir, para prestar atenção na vida, no que acontece a nossa volta. Meus sentimentos também são do outro e da outra, assim como meus desejos, indignações, fé e esperança. Quando o leitor se identifica sei que não se trata mais de um EU e sim de nós, sinto-me conectada às pessoas as suas humanidades, e isso me torna mais completa.

A obra pretende deixar uma mensagem?

Essa é uma obra que representa um ciclo da minha vida, com poesias não só subjetivas, mas também de poesias marcadas por momentos de aprendizado sobre mim, sobre o outro, sobre o que acredito.  É uma obra que talvez passe  uma mensagem para buscarmos refletir sobre o valor da vida, sobre o que cada um de nós faz nesse mundo, sobre nos conectarmos verdadeiramente com as pessoas e com suas humanidades para que possamos nos tornar mais humanos.