O Grêmio Literário Patrulhense está publicando, pela Pragmatha Editora, a sétima edição de sua obra Prosa na Varanda. Confira o texto da orelha, assinado pela escritora e artesâ Monique Rodrigues.
“Deus criou o homem porque tinha necessidade de ouvir histórias”. É o que diz Rosa Montero em seu livro, citando o poeta argentino Roberto Juarroz. Sobre essa necessidade, penso que talvez fosse pela solidão, mas talvez também fosse pela chance de criar mundos e mais mundos fantásticos, através das palavras.
O fato é que as histórias aproximam. Elas podem juntar amigos e parentes numa roda de chimarrão, encurtar distâncias físicas, conectar lembranças de quem partiu antes. Narrar é dar significados ao que já estava ali, guardado, de algum modo, dentro de nós.
E como é bonito encontrar pessoas que desejam compartilhar histórias! Pessoas que oferecem, em forma de palavra, um pouco de quem são. Mundos reais e imaginários entregues em folhas de papel. Palavras simples, mas que nos trazem tantos significados e tantas memórias.
Esta é a bela missão de um livro: presentear com histórias. Um livro nos dá a possibilidade de embarcar em aventuras que não são nossas, mas que também nos afetam. E saber se aquela determinada façanha foi real ou imaginária (ou um pouco dos dois) não tem tanta importância assim. O importante é que ela aproxima, junta, conecta, encontra.
Um encontro entre leitores e escritores. É isso o que o Prosa na Varanda nos oferece, já há uma década. Um projeto literário patrulhense que traz consigo, a cada nova publicação, muitas histórias e vários mundos, reais e inventados.
Lembro que, na primeira edição, em 2013, acompanhei o livro com olhos de leitora. Que honra e que alegria, depois de dez anos, poder contribuir de alguma forma com essa obra literária. Eis que tenho a oportunidade de compartilhar aqui um pedaço do meu mundo também.
A vocês, leitores, desejo que se divirtam e que se emocionem. Temos aqui histórias para todos os gostos. Há universos inteiros esperando para serem desvendados. E se Deus tinha necessidade de ouvir histórias, quem somos nós para não lê-las ou deixar de escrevê-las, afinal?
Monique Rodrigues
Artesã e escritora