O sol se pôs no horizonte

Sentei-me na sacada situada no segundo andar de uma casa acolhedora, um pouco rústica porque ela teria sido, no passado, um galpão. Hoje transformada em moradia. Ali residia meu filho e eu estava lhe fazendo uma visita, passando alguns dias em sua companhia.

Tinha preparado o chimarrão e o aguardava voltar do trabalho para, juntos, tomarmos uns mates enquanto o dia se findava e o sol começava a se despedir.

Da sacada podíamos apreciar um cenário tranquilizante com árvores ao redor; com pássaros cantando, voando e pousando nos galhos das pitangueiras, laranjeiras e jabuticabeira… Mais abaixo, o leito do Rio Uruguai se espraiando e fazendo uma curva sinuosa apresentava sua sonoridade pelo rumor das suas águas correntes descendo serenas e seguindo seu curso… Alguns barquinhos navegavam com um ou dois remadores, voltando para suas casas.

Lá do outro lado e margem estão as terras argentinas e, do lado de cá, terras brasileiras do município de Porto Mauá/RS, com suas balsas indo e vindo, realizando transporte de passageiros e veículos.

Percebo que meu filho acaba de chegar. Escuto seus passos subindo a escada de madeira, que dá seus estalos. Ele vem logo ao meu encontro beijando meu rosto e querendo saber como foi o meu dia.

Sentados na sacada, iniciamos uma boa conversa, entre um mate e outro, cevado com a boa erva. Ele me diz: “hoje vais apreciar um espetáculo de paz, luz e magia que me faz refletir com os Senhores dos Mates quando aqui, solito, depois das lidas do dia, relaxo e penso sobre a Vida.”

E, logo a seguir, o sol se pôs no horizonte. O céu e as águas do rio se tingiram em tons coloridos, num alaranjado avermelhado, uma mistura que confundia seus limites e nos mostrava uma pintura, numa grande tela estendida diante dos nossos olhos. Fotografamos, meditamos juntos, agradecidos por vivermos aquele momento.

O sol, quando se põe, vai espalhando seus raios coloridos, vai embelezando as matas, coxilhas e as águas dos rios, lagoas e açudes. Convida-nos a olhar para dentro, questionar nosso viver e nosso relacionar; os amores essenciais, que nos motivam a seguir adiante após cada anoitecer, cada repousar, permitindo a renovação das energias necessárias ao próximo amanhã. 

Sejamos como o sol: fortes, iluminados, carregados de energia e calor; belos e poéticos em cada dia que anoitece e, que de novo, se prepara para recomeçar, com as luzes do amanhecer…

Por Loiva I. Tessmer Büttow

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br