Não era a hora certa

A água começou a bater na cintura, chegou a hora de encerrar a aventura.

Tão importante quanto decidir começar é saber o momento de capitular.

A persistência é uma virtude, mas a insistência tola não é boa atitude.

Sonhos não se abandonam, mas se redimensionam.

Não se descarta uma ideologia, mas sim a reavalia, alimenta com maturidade e sabedoria.

É vital conhecer cada passo, cada ínfima parte do traço, cada etapa da formação de um laço.

Agir por impulso normalmente não dá certo, é como entrar numa batalha sem proteção e de peito aberto, adentrar sem água num imenso deserto.

O cenário pede o entendimento das perdas e danos, a revisão dos antigos planos, o estudo e a assimilação dos enganos.

Vou me recolher e voltarei mais preparado, mais consciente, mais embasado, com tudo bem estudado e assimilado, com opções e alternativas caso algo dê errado.

Nada acontece antes da hora certa; saio, mas deixo a porta entreaberta. Com a certeza de retorno, deixo meu alerta.

Por Leonardo Andrade

  • Texto integrante dos exercícios literários propostos pela Pragmatha Editora em suas redes sociais aos domingos