Na véspera da formatura

Na véspera da formatura seria rezada uma missa, como é costume em todas as formaturas. Minha filha mais velha estava se formando em Direito, na Universidade Católica de Pelotas.

Ainda em casa, terminava a arrumação da mala com tudo que seria necessário levar para a cidade vizinha, Pelotas, onde tudo aconteceria. Malas no carro, alegria geral, pois era a realização da formanda e dos pais, logicamente.

Frio, muito frio… Meu marido tinha uma calça especial (para ele) para esses dias, mas estava tão velha que da cor preta já estava na cor grafite, mas ele não abria mão de usá-la. Usava-a na viagem. Foi uma viagem alegre, descontraída. Em alguns momentos eu, mentalmente, lembrava do que havia colocado na mala, para ver se não tinha esquecido nada.

Foi exatamente ao entrar na ponte do Retiro, quase na zona urbana de Pelotas, quem conhece sabe onde fica, que lembrei: tinha passado a calça para a missa e deixei esfriando na lavanderia. Nunca mais lembrei! Só que ao lembrar dei um grito, assustando meu marido e as duas filhas.

Conclusão: o pai da formanda foi à missa de formatura de sua primogênita com a calça mais velha que tinha em seu guarda-roupa. Ele não se importou, pois aquele frio de menos um grau, do dia 07 de agosto de 1999, exigia uma calça quentinha. Eu… desolada pelo esquecimento…

Arita Martins Correa

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br