Bacharel em Administração de Empresas pela FAE Business School, Felipe Medeiros iniciou sua carreira profissional em 2012, como estagiário na área de contabilidade do Hospital do Coração, em Curitiba. Atualmente atua como COO da GVM Solutions Brasil. Em 2018, estreou seu envolvimento de uma forma mais ativa junto ao TRC através do SETCEPAR – Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná. É Coordenador da COMJOVEM (núcleo de Curitiba) e também Delegado do PA de Curitiba da Transpocred – Cooperativa de crédito voltada ao setor do Transporte rodoviário de cargas. É coautor da obra “O transporte de cargas brasileiro em tempos de pandemia | Reflexões – Desafios – Perspectivas – Oportunidades”, pela Pragmatha. Nesta entrevista, fala sobre os impactos da pandemia no setor de transportes.
Fala-se que a pandemia acelerou em 10 anos as inovações relacionadas a home office e dinâmicas de trabalho. Pode-se dizer o mesmo no setor de transportes?
Sim. Da mesma forma que outros setores e empresas possuíam alguma resistência ao home office, com o TRC não foi diferente. O tabu foi quebrado e apreendemos que é possível, sim, trabalhar dessa forma, em algumas funções, com muita produtividade. O aprimoramento de ferramentas já existentes e de sistemas operacionais de rastreamento, comunicação, pagamentos eletrônicos de fretes etc, facilitaram esta forma de trabalho. Atualmente, trabalho com embarques no nordeste, aqui de Curitiba, sem nenhum colaborador local.
Você fala em seu artigo sobre novas rotinas que a pandemia impôs. Hoje, depois de um ano já de covid-19, o que você destaca como positivo e negativo?
Muitas empresas e pessoas se reinventaram e estão prosperando durante este período de pandemia. Existem segmentos que estão em alta e, por consequência, aqueles que estão ligados a estes também seguem em crescente. Já empresas e profissionais que não estão se adequando às necessidades do mercado, entre elas, velocidade, conectividade e informação on time, estão “paradas” no tempo.
A pandemia reforçou a importância da automação no setor de transportes?
Com certeza. Informação é a “bola da vez”. Todas as tecnologias ligadas ao transporte que trazem um diferencial para os clientes e para os gestores ativos do TRC tratam e traduzem dados em indicadores e informações para tomadas de decisão em tempo real.
Na sua opinião, qual o grande aprendizado e qual o grande desafio que a pandemia trouxe para o setor de transporte?
Acredito que não somente para o setor de transporte, mas sim para todos, o desafio está na gestão das pessoas e dos custos. A inteligência emocional e resiliência que o período está exigindo de todos é grande. O desafio está em atender todas as demandas necessárias com o excesso de afastamentos, dificultando e sobrecarregando algumas funções e a retenção de talentos e motivação dos colaboradores que estão há 12 meses em casa. Outra questão é o aumento significativo dos custos. Diesel e outros insumos diretamente ligados ao dólar não param de crescer e os reajustes, quando ocorrem, não estão acontecendo na velocidade que os custos sobem.
Para você, o que significa ser coautor da obra?
Foi uma oportunidade ímpar em minha vida, ainda mais neste ano atípico. Poder estar junto de outros empresários do setor, trocando experiências de como cada um arquitetou suas estratégias para enfrentar esta pandemia, foi muito gratificante e enriquecedor.