Minha primeira vez em coletânea poética

A trajetória literária de um escritor pode ser desenhada de muitas formas. Um caminho escolhido por muitos é a participação em coletâneas e antologias. Trata-se de uma forma de mostrar-se ao mundo, na companhia de outros escritores. Enfim, experimentar-se, colocar-se à prova e sob a mira da crítica… É compartilhar seu fazer literário. Conversamos com autores que, pela Pragmatha, participaram recentemente pela primeira vez de uma coletânea poética. Qual a sensação? O que o motivou? Foi desafiador?

Adriane Teixeira Lima dos Santos

“Iniciar a carreira poética já participando de uma coletânea me deixa bastante feliz e empolgada. Isso é, certamente, um grande desafio, visto que precisa-se vencer o medo e a insegurança por estar ao lado de outros/as poetas/poetisas mais experientes e por não saber se minha poesia irá agradar ao público. Porém, o grande incentivo de minha irmã (também poetisa) e de meu marido somados à vontade de estimular outras pessoas a seguir nesse caminho, mostrando-lhes que é possível, foram (e são) minhas maiores motivações.”

Verônica Matioli

“É a primeira vez que participo de uma antologia de poemas e a sensação é de ansiedade. Ter um poema e meu nome na antologia Vamos Triunfar é muito gratificante. Foi um novo desafio, que eu como escritora de contos resolvi abraçar. A principal motivação foi a oportunidade de ter meu nome em um livro físico e desafiar a mim mesma a novos gêneros de escrita.”

Ioneida Braga

“É a sensação boa de um primeiro encontro mesmo. Uma mistura de emoções e o compromisso de gratidão. Foi desafiador? Muito desafiador, pois estamos sempre testando nossos limites. O convite para participar já é a motivação. Não obstante, agregar nossa intimidade com as letras.”

Rosa Inês Machado

“A sensação é de partilha e de aprendizado ao mesmo tempo, pois são várias consciências juntas, cada qual com sua particularidade e que, em conjunto, somou e tornou-se algo grandioso, alcançando maior número de pessoas na apreciação das leituras. Foi muito desafiador, pois os escritos muitas vezes ficam engavetados durante anos, não se sabe ao certo qual caminho seguir ou quem pode auxiliar nas publicações. As antologias abrem espaço para muitas pessoas que compartilham do mesmo sonho, ou seja, ver seus poemas publicados. A motivação surgiu da vontade imensa de saber que outras pessoas poderiam ler minhas humildes poesias, que falam sobre a filosofia da alma em expandir sua consciência.”

João Israel da Silva Azevedo

“Durante este período da pandemia, com isolamento social, nos limitamos muito, e é nessas limitações que nos descobrimos. Esta foi a primeira vez que participei de uma coletânea com poesias e confesso que foi um grande desafio para mim, pois nunca havia escrito poesias e a inspiração veio à tona quando menos imaginamos, igual um turbilhão. Creio que gostei bastante! Parabéns aos idealizadores”.

Simone Röhrig

“O sentimento é indescritível! Fiquei muito ansiosa, aguardando o momento da publicação. Aquela menina que um dia passou muitas necessidades hoje é poeta, participando de uma coletânea, quase se formando em filosofia pela Ufpel. Obrigada, Editora Pragmatha, por proporcionar um momento tão especial. E que possamos ter muitas publicações juntas”.

Nelson Alves

“Já havia participado de uma antologia, na qual não tínhamos uma temática definida. Na antologia da Pragmatha, foi como se fosse a primeira vez, e muito desafiador pelo fato de ter de escrever sobre um assunto tão amplo e pré-estabelecido, o que não era do meu costume. Culminou que, no momento em que a seleção estava aberta, eu tinha a vontade de externalizar algo, que por coincidência estava adequado ao tema, e então me senti motivado a me expor e enviar o texto.”

Roselena Fagundes

“A sensação de ser convidada para Vamos Triunfar é de já ter triunfado sobre qualquer desafio neste tempo de quarentena em que isolada do mundo percorro os caminhos da poesia. É a minha primeira vez numa antologia da Pragmatha (Vamos Triunfar), motivados pela paixão poética de poetas e poetisas, o que me deixa feliz e agradecida pela inspiração e motivação.”

Fernando Alves

“A sensação de participar de um projeto que envolve cultura em geral é o mais gratificante possível, ainda mais semeando a poesia. A possibilidade de pessoas do Brasil inteiro tendo a disponibilidade de estar conhecendo seu trabalho é emocionante. As pessoas que vivem no mundo da literatura normalmente têm sua estante repleta de clássicos, de livros do mais diversos gêneros e que moldam o seu caráter, e ter na estante livros em que a sua palavra forma sentimentos, é se sentir vivo. Foi muito desafiador. A conjuntura literária no Brasil tem sido um campo minado, hoje em dia pode se dizer que é abastecida pela “literatura marginal” – que democratiza a cultura. Escrever, incentivar o pensamento crítico e a cultura continua sendo um ato revolucionário. Ao colocar em palavras os sentimentos, dúvidas, anseios, fraquezas, não oferecemos apenas um livro aberto, nos tornamos um. E tempos de pensamentos extremos. De pensamentos binários – em que tudo se transforma em debate fulanizado, a poesia, as ciências humanas e a cultura se fazem cada vez mais necessárias. Escrever é um estado de espírito, creio que ânsia de espalhar sentimentos em forma de poesia sintetiza bem o que é se sentir vivo. O mundo de hoje por si só já é um fator de extrema motivação. A desigualdade social, de classes, de vida, desagua em nosso país e a possibilidade de acalentar os corações do maior número de pessoas vale todo o esforço para compensar o projeto estatal de desvalorização da literatura em nosso país. Portanto, acredito que as pessoas sejam a maior motivação”.