Limite

Perdi o apetite, cheguei ao meu limite.

Sempre tive fome e sede de viver, mas não dá mais para ignorar tudo o que está a acontecer.

Guerras, pandemias, injustiças, hipocrisia, insanidade, deturpação da verdade, iniquidade.

Definitivamente, está tudo errado, esse tempo precisa ser reiniciado.

Chegamos a um ponto em que o dano está grande demais para se reparar, é do zero que temos que recomeçar.

As estruturas que restam estão corrompidas, as bases ignoradas ou esquecidas, as esperanças, inalienavelmente perdidas.

Neste instante, entender como chegamos a isso não é o mais importante, diria até irrelevante, é preciso aceitar que não dá para seguir adiante, já agonizamos bastante.

À frente só vislumbro um abissal desfiladeiro e estamos extremamente próximos do passo derradeiro.

Está na hora da realidade vir à tona, assumirmos que assim não funciona, mais uma queda e não levantaremos mais da lona.

Vamos curar as feridas e exorcizar as dores, resgatar os verdadeiros valores, valorizar os autênticos amores, reforçar as já tão esmaecidas cores.

Esse ciclo precisa se encerrar para um novo ter início, puro, imaculado, sem qualquer vício, não tem como não dizer que será difícil, mas é imprescindível, além de propício, chega desse suplício.

Por Leonardo Andrade

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br