Jogo premeditado

Muitos queriam sua derrota. Não era para menos. Ariane acabou fisgando o CEO de finanças com o seu jeito sensual de ser. Havia atropelado todos à sua volta para galgar o posto desejado naquela grande empresa multinacional. Tornou-se uma executiva de negócios. Nunca se importou com desempenho, qualidade ou cumprimento de metas. Depois de pouco tempo após a sua admissão, todos esses requisitos foram por ela esquecidos. Chegava diariamente fora do horário, seus almoços eram o dobro de tempo dos colegas e, para piorar, costumava humilhá-los vez ou outra com sua petulância nata. Passou a ser repugnada por todos.

A empresa, com a alta das suas ações na bolsa de valores, em função do seu brilhante desempenho, fora aberta para novos investidores e, para desespero de Ariane, uma joint venture aconteceu em menos de um ano, abrindo espaço para uma readequação de todos os seus recursos humanos. Seu amante, o CEO, foi dispensado e ela, desesperada, não hesitou em subir mais uns centímetros de suas saias, colocar um leve botox nos lábios e tingir o cabelo de louro. Não foi preciso muito tempo para que o seu novo chefe, um americano de Milwaukee, demorasse para também virar sua nova presa. A única dúvida dos colegas era como os dois se comunicavam, já que Ariane nem o português falava com fluência.

Por Rosalva Rocha

 

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br