Inocência

Inocência

— Quero ter um irmãozinho, — disse João.

Sua mãe olha para ele e o abraça, beijando-lhe na testa.

— Um irmãozinho?

— Sim, mamãe, e também quero ver ele chegar, tá bom?

— Você quer ver seu irmãozinho chegar? Como assim? — Sua mãe pergunta desconfiada.

— Quero sim — João fala e bate palmas rindo. — E vou pedir para a cegonha dar umas voltas comigo também por aí.

— Cegonha, João?…

— São elas que trazem os bebês para as mães e os pais cuidarem, vi isto no filme — João fala confiante — Só que eu era muito pequeno e não lembro direito da viagem.

— Ah, agora estou te entendendo, mas poderia ser uma irmãzinha também? O que acha?

— Bom, se a cegonha trouxer uma irmãzinha vou aceitar também, mas já vou avisando que o tempo do meu passeio vai aumentar por ter trago a encomenda errada.

Criança fala o que pensa, pois existe a inocência nas palavras. Mas é uma pena que sua inocência está sendo subtraída muito cedo. — pensa a mãe de João. Olha para ele, tão inocente, lembra de um poema que leu em algum lugar, e fala em voz alta:

            — Ser criança é sonhar, é brincar, é o mundo quere abraçar. É sempre ter a esperança no olhar, e ninguém neste mundo tem o direito de apagar.

Por Giovana Schneider

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br