O antigo nome de uma fazenda no interior de Barra do Ribeiro, no Rio Grande do Sul, chama a atenção: Barba Negra. Estaria ela ligada ao famoso pirata inglês, das literaturas e dos filmes do cinema?
O pesquisador Luís Eduardo Souza Fraga explica que não. Ele é autor da obra “A origem de Barra do Ribeiro e seu contexto na Revolução Farroupilha”, com publicação pela Pragmatha Editora.
Segundo Luís, existe uma ilha na Laguna dos Patos também com este nome, mas no caso específico da fazenda a escolha da denominação decorre da vasta barba de cor preta exibida por um de seus antigos proprietários, o padre João Batista Leite de Oliveira Salgado, nascido em 1766.
“O padre João era o único filho homem da família e, como normalmente acontecia naquela época com um dos filhos homens das famílias, foi estudar para tornar-se padre, sendo ordenado em 1791. Mesmo sendo um religioso, assumiu a administração da fazenda na companhia de algumas de suas irmãs que ficaram solteiras”, explica.
Segundo o autor, a fazenda Barba Negra nesta época contava com uma charqueada, criação de gado vacum e cavalar, um grande número de escravizados negros e um porto nas barrancas do arroio Araçá, também chamado em certo período de “Arroio Salgado”, fazendo alusão ao sobrenome da família.
“Um fato importante aconteceu naquele período. Em uma embarcação do Cônego, conduzida por José Antonio de Fraga, funcionário da fazenda, durante uma das tantas viagens de Porto Alegre para a Barba Negra e vice-versa, conduzindo o padre Salgado para a Santa Casa, Fraga foi assassinado pelo cativo José Congo após um desentendimento. O cativo posteriormente foi julgado e condenado à morte na forca, no patíbulo de Porto Alegre, naquela época local de execuções de criminosos e escravizados fugitivos”.
Esta e outras histórias que ligam a Fazenda Barba Negra à Revolução e à história do Rio Grande do Sul são explicadas em detalhes no livro. Para adquiri-lo, entre em contato com o autor pelo WhatsApp 51 9837-2931.