Giovana Schneider e o detetive Abelha: casos de fraude, assassinato, desaparecimento…

A escritora Giovana Schneider inicia 2024 presenteando seus leitores com mais um livro. Desta vez, é o universo dos contos seu objeto de trabalho. O personagem Abelha foi criado durante as oficinas de criação literária da Pragmatha Editora, caiu no apreço dos escritores beta e exigia viver novas aventuras, lapidadas ao longo de um processo de mentoria também na Pragmatha. O resultado é “Abelha, o detetive & suas aventuras investigativas”. Nesta entrevista com a autora, conheça melhor o personagem, a cidade onde os contos estão ambientados e mais.

Quem é o detetive Abelha?

Seu nome, Heleno Marcus Helmer. Nasceu na pequena Albuquerque. Filho único. Seu pai era farmacêutico. Sua mãe, professora. Vinha de uma família conceituada, o seu trisavô paterno era conhecido como um alquimista, mas nada foi comprovado. O seu trisavô materno foi o primeiro professor na região de Albuquerque. Era um homem muito culto, tocava violino, gostava de ler, tinha uma boa biblioteca. Abelha também é um apaixonado por violino e um assíduo leitor. Nasceu ambidestro. Desde criança sempre foi um pouco abelhudo. Muito curioso, com mania de detetive, assim nasceu o apelido. É um cara metódico. Gosta das coisas bem certas e minuciosamente organizadas. Não é de muitos amigos. Possui um Ford Sedan 1932, herança de família. Com estilo próprio de se vestir, gosta do casual chique, mas não abre mão de usar tênis, e de uma bolsa a tiracolo, isso fez toda a vida. Geralmente, também está com o sobretudo marrom. Solteirão por convicção. Retornou para Albuquerque, por ocasião da morte do pai.  Pensou que só ficaria uns dias, mas não conseguiu deixar a sua mãe, que ficou muito debilitada com a partida do esposo. Como não tinha muito o que fazer e já havia feito um curso de detetive por correspondência no passado, antes de se formar em direito na Capital, resolveu pôr em prática o antigo sonho. Seu amigo do colegial, Clóvis, era o delegado da cidade, e deu a maior força, pois falou que havia alguns casos em Albuquerque que pediam uma investigação, e ele sendo também formado em direito tinha conhecimento das leis. Com o tempo, sua mãe também veio a falecer. Resolveu ficar mesmo morando em Albuquerque, adotou um gato, o Alfred. Não é um cara totalmente triste ou alegre. Mas também não é bipolar, ele sabe nivelar sua balança. Faixa preta no karatê. Sempre foi honesto, solidário e justo. Não é um cara que apoia a contraversão, sempre foi correto. Na bandidagem, não acredita muito na reabilitação, e nem que todos podem ser reinseridos na sociedade. Detetive Abelha é um cara muito na dele e quando acredita que alguma coisa está errada, melhor não duvidar. Seu bordão é Nada é o que parece ser. Precisa desvendar mistérios e prender o meliante.

Como é a pequena Albuquerque, cenário da maior parte dos contos?

É lugar calmo, com muitas belezas naturais. Fica numa região serrana, rodeada pela Mata Atlântica. É antiga, já tem quase 200 anos. Foi colonizada por exploradores estrangeiros; eles eram pesquisadores. Dentre eles, haviam alguns cientistas, alquimistas, médicos, filósofos e outros. Fugiram com suas famílias, pois não queriam guerra, queriam era trabalhar em paz nas suas pesquisas. Comandados pelo doutor Albuquerque, encontraram uma região longe de tudo, muito bela, com ar fresco. Para chegar lá, era preciso atravessar um rio. Esse rio tinha mais pedras que água, o que dificultava para atravessar, assim foi batizado de “Rio das Pedras”. Primeiro fizeram uma pinguela, que é uma viga ou prancha que servia de ponte. Lá ficaram muitos anos longe da civilização, assim reza a lenda. Com o passar do tempo, a população foi crescendo e o que era uma pequena vila se transformou numa grande cidade, hoje Albuquerque, nome em homenagem ao doutor que comandou os primeiros moradores daquela localidade. Um lindo busto do doutor Albuquerque foi colocado na praça principal. Uma ponte foi construída no Rio das Pedras, toda de madeira com arcos, digna de um cartão postal. As ruas são ainda calçadas com pedras. Dizem que muitos dos habitantes antigos são parentes.  

O que o leitor encontrará no livro?

Aventuras de um detetive que realiza vários tipos de investigações. São casos de fraude, assassinatos, localização de pessoas e bens, entre outros. Ao seu lado, quase sempre está o amigo e delegado Clóvis, uma parceria perfeita.

Como foi o processo de criação das narrativas?

Fiz pesquisas, assisti a filmes, li alguns livros e reportagens policiais. Conversava quando ficava em dúvida de alguma coisa. Para o encadeamento dos fatos e o desenrolar dos acontecimentos é preciso não se perder. Lia e relia algumas vezes para ver se estava tudo engatilhado. Infelizmente, nem sempre conseguimos que tudo fique perfeito. Acredito que vai ter um errinho aqui e ali, talvez. Morei com Abelha em Albuquerque e o acompanhei em cada caso.

Como foi a experiência de criar histórias investigativas?

O observar, planejar e refletir a respeito do que estava sendo escrito foi realmente uma experiência muito rica. E nos acontecimentos e ou situação principal das histórias, a criação e levantar hipóteses era uma viagem, depois esclarecer os fatos, foi tudo de muito aprendizado. Ao finalizar cada conto, lembro, era uma vitória, afinal, era um caso concluído. O Abelha ainda tem muitas histórias para serem contadas, e é uma lista extensa. Logo, dá para sentir que, literalmente, foi de grande valia para esta escritora aqui ter criado as histórias do Abelha. Estou totalmente entusiasmada com este personagem.