O escritor Luiz Eudes escreve como quem junta cacos: “Vou juntando pedaços de histórias na memória e depois transfiro para o papel”. Nesta entrevista, ele fala sobre as particularidades do processo de criação de “Rosário desgastado”, publicado pela Pragmatha Editora, e que marca sua estreia na escrita de romances.
Quem é Luiz Eudes?
Alguém que busca desenvolver um pensamento crítico nos seus leitores a partir da sua visão e conhecimento de mundo. Escrevo por amor à arte, por leitores e, quiçá́, despertar novos autores. Escrevo para levar alegria e entretenimento às pessoas. Causa em mim enorme exultação saber que alegro vidas com as minhas criações.
Como surgiu o “Rosário desgastado”?
O Rosário Desgastado é fruto de uma conversa. Minha tia Isa (minha outra mãe) me narrou um fato curto, vivido por uma sua amiga, que ela presenciou em sua juventude, o que me inquietou por dias. Aquela personagem martelava, buscava vida, queria pavimentar o seu caminho. Senti ter sido o escolhido para escrever a sua (dela) história. A partir daí criei personagens, ambientações, diálogos, acontecimentos e o livro está pronto para seguir seu caminho. Não há necessidade de pressa nem atropelamentos.
Como foi o processo de escrita? Você tinha uma ritualística, um hábito construído especialmente para este fim?
Jamais consegui definir qual é o meu processo de criação. Considero-me um bom leitor de romances e como tal aprendi a juntar cacos. Fiz disto uma prática de vida e não seria diferente na literatura. Vou juntando pedaços de histórias na memória e depois transfiro para o papel. O momento é único e sempre será. Daí vem todo o processo de criação, arrumação e vão surgindo milhares de palavras. Depois é necessário o lapidar do texto, pois como ensinou Drummond: escrever é cortar palavras.
Algum personagem o marcou mais?
O João é um cara do bem, antenado, de vanguarda, com os pés fincados no solo da sua terra. O amor por seu lugar, casado com o desejo de crescimento, me fascinam. Um cara sensível às dores do mundo, com visão ampla do que se passa ao seu redor. Que pauta a sua vida em praticar o bem e viver em paz consigo.
Quais foram seus maiores desafios na feitura da obra?
A minha dificuldade com a escrita, em todos os projetos, sempre foi o primeiro parágrafo. Escrevo os textos soltos, depois vou montando o quebra-cabeça e em algum momento nasce o primeiro parágrafo. Não existe uma receita de bolo.
Do que a obra trata?
O tema central do romance é o medo da morte. É uma narrativa que coloca o ambiente em suspeição com a morte rondando. Mas não só isso: há uma série de pessoas e situações que alegram o ambiente. O desenrolar dos fatos, os personagens, as paisagens, tudo enfim corrobora para que o leitor consiga visualizar imagens. É uma história muito bacana que versa sobre raízes, família e saudades.
O livro pretende deixar alguma mensagem?
Apesar de ser bem curto, Rosário Desgastado consegue mostrar, entre vivos e mortos, que nossas ações são pilares para a história do lugar onde vivemos e ecoam por toda a eternidade.
Para adquirir a obra, entre em contato com o autor pelo WhatsApp 75 99204-0005.