A escritora Conceição Maciel é autora de “Prosa e Versos à Amazônia”, publicado pela Pragmatha Editora, e compartilha quais foram as fontes de inspiração, o processo de produção, simbolismo e particularidades da criação da capa. Confira o texto de Conceição Maciel produzido especialmente para a seção “Como nascem as capas”:
O nome do meu livro é “Prosa e Versos à Amazônia”. Como o próprio nome da obra já sugere, a Amazônia foi a inspiração para a capa do livro e todos os textos selecionados na obra e, claro, não podiam faltar na capa os elementos que compõem a Amazônia: povos indígenas, mais precisamente uma indígena, pois eu queria exaltar a imagem da mulher amazônida e também pelo fato da autora da obra ser uma delas; também sugeri que acrescentasse os pássaros e animais silvestres que vivem na Amazônia, assim como, claro, a floresta e o rio.
O processo de criação foi bem atípico, primeiro entrei em contato com a Laise, que é uma jovem artista que mora numa cidade próxima da minha; participamos juntas do “Festival Rio Ouricuri” numa exposição de nossas artes e assim que vi o trabalho dela me encantei. O Prosa e Verso ainda nem estava aprovado na Lei Paulo Gustavo, mas mesmo assim fui visionária e peguei o contato dela. Assim que soube que o meu projeto foi aprovado, entrei em contato com ela e por telefone fomos conversando; falei mais ou menos como queria, ela fez o rascunho me enviou, fiz alguns acréscimo e no mesmo dia fechamos a ideia da capa. A artista plástica pintou em tela a arte que ficou a coisa mais bela da vida. Assim que chegou em minhas mãos, levei a arte à um estabelecimento que trabalha com fotos, disse que queria uma foto em PDF em alta resolução e assim foi feito e nasceu a capa de um livro maravilhoso.
A mensagem central da capa desta obra é chamar a atenção para a Amazônia, exaltando seus elementos na sua forma natural, perfeita e intacta. Isso foi o que primeiro me veio à mente; mostrar a beleza da Amazônia, sua importância em preservá-la e a necessidade de chamar a atenção para o todo. Um projeto literário com apelo ecológico, um chamamento, um olhar crítico e ao mesmo tempo forte sobre o maior patrimônio ambiental do mundo. O respeito aos seus habitantes: flora, fauna, povos indígenas e tudo o que forma e enriquece este bioma tão maltratado. A ideia era essa e a artista captou com maestria meus sentimentos.
A receptividade do público leitor foi a melhor possível. Acredito muito no poder de sedução da capa e do título de um livro, embora aquele dito popular “não compre um livro pela capa” possa influenciar (risos), mas realmente uma capa bem pensada e elaborada chama a atenção e atiça a curiosidade. Para se ter uma ideia, em Prosa e Verso à Amazônia, os alunos (público do projeto) pediram para que eu não autografasse na página destinada aos autógrafos, justamente por que é uma reprodução da capa em marca d’água; eu fiquei imensamente feliz com a receptividade e mais feliz ainda em saber que a obra foi muito bem aceita.
Entretanto, além da capa, o trabalho da editora foi de extrema importância para o sucesso do livro. Por exemplo, me encantei com a ideia das páginas com marca d’água, pois deu mais vida à obra e prendeu a atenção do leitor, dando a impressão de que a qualquer momento após a leitura de um texto ia surgir uma novidade, instigando -o a continuar a leitura; sem contar que os textos da obra são textos leves, suaves, embora a mensagem seja forte e importante.
Conceição Maciel