Muitos queriam sua derrota, mas Missilene não percebia. Ela sempre se esforçava ao máximo para obter sucesso no dia a dia e boas relações sociais. Missi fazia de tudo para ser aceita. No casamento, sentia-se segura na brutalidade de seu marido – apertar o pescoço de alguém de vez em quando é carinho, não é mesmo? No trabalho, ela nunca negava um serviço não remunerado, afinal, ela seria recompensada algum dia e sempre teria a mesa cheia de papéis – o que demonstra a importância do funcionário. No grupo de amigas, sentia-se agradecida pelos diversos elogios do tipo “seu cabelo é uma vassoura, Missi”. Quando chegava em casa, colocava óleo de coco para desembaraçar a vaidade. Até nas redes sociais ela era considerada: uma vez ela foi filmada escorregando no limo da calçada, onde caiu com as pernas para cima com a saia rasgada. Saiu em vários sites de humor, chamavam-na de “meme” – ela tinha um apelido a partir de então. Ela se sentia tão amada. Era feliz, simples assim.
Por Gilberto Broilo
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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br