Divisor de águas

Na véspera da formatura, Cleo despertou indisposta. Havia saído com amigos na noite anterior e concluiu que devia ter exagerado nos drinques.

Passou o dia às voltas com os últimos preparativos para o evento e de vez em quando se dava conta de que o corpo pedia repouso. Entre um cochilo e outro, agendou cabelo, maquiagem, manicure e foi dormir cedo. Pensou que devia ser emocional, porque a formatura seria um divisor de águas em sua vida: dali em diante, deixaria de ser a filhinha do papai que sempre fora e teria que lutar pela própria vida. Havia escutado isso a vida toda da boca do pai: sustento, cuido, dou do bom e do melhor até se formar, depois… trabalha e se vira.

Teve pesadelos horríveis e despertou banhada em suor. Havia estado febril, com certeza!

Fez um desjejum leve e olhou para o lindo vestido no cabide, esperando a hora da formatura, mas o chamado da cama era mais convincente.

Por Cleia Dröse

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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br