“Dez minutos livres? Perfeito para ler um conto. O sono está demorando? Leia um conto.”

A escritora Cleia Dröse está lançando, pela Pragmatha Editora, a obra “Onírico e outras histórias”. Trata-se de uma seleta de contos produzidos na oficina Provocações, conduzida pela editora Sandra Veroneze. Nesta entrevista, a autora fala sobre o processo de criação, sobre o que o livro é e também sobre o que o livro não é.

Quem é Cleia Dröse?

Difícil definir a si mesma. Creio que uma pessoa que está no mundo e se esforça para acompanhar a evolução que foi intensa neste último século, ou seja, no meu século.

Do que trata “Onírico & Outras histórias”?

Trata da vida, dos sonhos, dos encontros e desencontros de seres humanos, ainda que sejam fictícios. Valores, crenças e sentimentos foram o amálgama destes textos.

Como a obra foi concebida?

Onírico e outras histórias nasceu das oficinas “Provocações” da Pragmatha. E por ser uma “provocação”, os temas e desenlaces são os mais variados.

Como é sua relação com o gênero conto?

O conto é pra mim aquele texto que se pode ler em qualquer lugar. Tem dez minutos livres? Perfeito para ler um conto. O sono está demorando a chegar? Leia um conto. E para escrever é mais ou menos parecido. Uma corrida de 100 metros, onde se dá tudo em um texto curto.

O que representa pra você participar das oficinas?

Participar das oficinas da Sandra Veroneze foram e continuam sendo um desafio. Desafio no sentido de criar algo diferente do que estamos habituados, sair de nossa zona de conforto e aperfeiçoar essa escrita. Para o autor que deseja aperfeiçoar seu fazer literário, as oficinas são o caminho certo para atingir o objetivo.

O que o leitor encontrará no livro?

Creio que o leitor encontrará em um ou outro texto algum personagem com quem se identificar, porque os conflitos poderiam ser reais, assim como as pessoas fictícias neles envolvidas.

O que o leitor não encontrará na obra?

Creio que ainda que os personagens atuem segundo suas crenças, sentimentos e valores, o que o livro não contém é um juízo de valor. Não é autoajuda e não pretende separar o joio do trigo no que se refere à concepção de certo/errado. Pode ser que um vilão seja um personagem cativante e nem por isso a intenção é de que tenha seguidores.

A obra pretende deixar alguma mensagem?

Intencionalmente não há mensagem, mas sabemos que cada leitor extrai do que lê algo que lhe sirva como mensagem de acordo com suas vivências. Para mim, talvez a mensagem seja quanto à diversidade de personagens, que, como os seres reais, é imensa e talvez por isso, interessante.