Desejo de provocar a alegria, o lúdico, reflexão, devaneios

Paulo Pinto está publicando pela Pragmatha Editora seu livro de poemas “Fragmentos de Versos”. Nele, texto e imagem se complementam para tocar a sensibilidade do leitor. Nesta entrevista, o autor fala sobre o processo de criação, sobre inspirações e também objetivo da obra. Para adquirir o livro, entre em contato com o autor pelo WhatsApp 75 99906-5967.

Como surgiu a ideia do livro?

O livro é uma ideia que dista a 1981 ou 1982, período que frequentei o curso de Letras da Faculdade de Formação de Professores de Alagoinhas. Ali, ao invés de estudar, a professora de literatura entendeu que eu não tinha o que aprender. Os textos que foram produzidos durante a disciplina formam já um livro. Ela queria que assim fizesse. Mas me envolvi com diretoria acadêmica e o foco mudou. Então, posso dizer que existe desde sempre.

O que o título significa?

“Fragmentos” vem das conjecturas ou brincadeira com as palavras. A gente encontra versos métricos, extensos, rimas ricas, em quadras, textos produzidos com esmero e técnica. Sem rebeldia, talvez por incapacidade, não me prendo a esse rigor. Faço textos quer tenham início, meio e fim, com uma mensagem, de preferência, partindo da inspiração. Às vezes emocional, como Flor da fêmea, às vezes social, como Cristal, que parecia estar gestado, ante a violência cotidiana, o poder paralelo dominando o estado, a inércia deste, intencional, quiçá. Assistindo e banalizando tanto a violência, ao ouvir a entrevista da mãe da menina cristal, instantaneamente o texto se materializou. Imagino assim, a realidade já permeava o pensamento e um fato concreto foi o desencadeador. “Fragmentos”, portanto, nesse burilamento dos sentidos das palavras, vem porque não está preso à rima, à métrica, à quadra; não está preso a escola ou ideologia. Fragmento “de versos”, fragmentos “diversos”. Esse seu significado. 

O que representa para você a publicação desta obra?

Sempre acho que as portas, durante a vida, devem ser fechadas. É a nossa história, a história de cada um. Olhando as coisas que ficaram pendentes, e me incomodava, inclusive, tinha lá, nas reminiscências, ou pendências, ou portas abertas, o livro. Fui fechar a porta, completar o ciclo, resolver a pendência. As ideias que produzimos, boas ideias, e acho que ainda que minimamente produzi alguns textos bons, devem ser compartilhadas, difundidas. A publicação é mais do que a frase feita: realização de um sonho. É a realização dessa vontade, desse desejo latente de compartilhar, de disseminar ideais, pensares. Mexer com o lúdico, nas romântica; provocar com as sociais.

Qual a simbologia das imagens presentes na publicação?

A natureza é essencial, fundamental. Temos um pequeno sítio que foi adquirido com o intuito de formar uma floresta, como contribuição para a humanidade. Efetivamente construímos uma floresta. Para cultivar flores foi só questão de tempo. Como tudo que a natureza produz é belo, nas árvores foram colocadas orquídeas. O que é belo é pra se mostrar. Decidi então compartilhar textos, ideias e imagens. Alguns textos falam de natureza, se completam. Acho.

A obra pretende deixar alguma mensagem?

Da parte do autor, só provocar o lúdico, reflexão, devaneios. Como as obras devem ter vida própria, espero que assim seja, que as pessoas tenham alegria e prazer em ler, em se emocionar, em soltar a imaginação.