Degustação | “O prazer de discutir”, do livro “Negociando com sua voz interior”

O livro “Negociando com sua voz interior – Menos ideias limitantes e mais qualidade nos pensamentos” foi lançado pela Pragmatha Editora pelo psicanalista Jorge Luiz Krolikowiski. O capítulo “O prazer de discutir” convida o leitor a uma reflexão sobre equilíbrio emocional. Confira!

Nem todas as pessoas têm a mesma capacidade emocional, e nota-se muito esse fato em situações que envolvem lidar com incertezas, inseguranças, dúvidas, pressões, etc.
Nessas situações alguns são racionais e conseguem manter um padrão de mais calma, outros com facilidade podem ter mais descontroles emocionais…
É importante ficar atento com que facilidade as pessoas mostram estarem desequilibradas emocionalmente.
Atenção especial para aquelas pessoas que vivem em constantes crises agudas de impaciência e desequilíbrio.
Quando esse tipo de problema se torna crônico, é maior a dificuldade de ajudá-las. Podemos qualificar nosso poder de observação para perceber quais as pessoas que mais precisam de ajuda, pois o roteiro previsível, vão se acentuando nelas um temperamento mais impulsivo, sensível, exagerado…
Importante ressaltar a possibilidade dessas pessoas terem traços na personalidade associados a paranoia, narcisismo e borderline.
Se traços forem associados a paranoia, podemos de forma simples e resumida logo deduzir que essa pessoa vai ter um sentimento de desconfiança, sempre desconfiando das atitudes e ações dos outros, acredita que pode estar sempre sendo perseguida ou prejudicada. E por essa razão passa a agir de forma sistemática em busca de provas que confirmem suas suspeitas…
No caso de traços que levam a pessoa facilmente arranjar confusão, pode ser o narcisismo. Surgem nessas pessoas a ideia de que é um ser especial, importante e superior. Quer que outros pensem assim em relação a ela, e claro que isso não acontece, o que a leva a acreditar que é invejada, preterida e isso alimenta reações intempestivas. E assim, lá vem confusão.
No caso dos traços estarem ligados a borderline, a pessoa acha que é cheia de direitos, e passa a achar, por exemplo, que as pessoas não podem criticá-la, não aceita que ninguém faça uma piadinha a seu respeito, se acha intocável… E se algo assim acontece, logo cria uma batalha… Também é comum nos traços de borderline, a pessoa idealizar uma determinada pessoa, colocando nela belas expectativas e rapidamente pode inverter os pensamentos e de repente acha aquela mesma pessoa imperfeita e prejudicial.
No dia a dia, quando se tem muito contato com essas pessoas que sempre arranjam confusões, é preciso estar preparado para o pior. Elas vão levantar a voz, querer chamar atenção, ter rompantes e sair do local, ofender a moral dos outros, querer centralizar o assunto… Não é fácil lidar com elas.
O ideal é que esses criadores de confusões tivessem um botão que pudéssemos acionar, e que eles parassem e respirassem com calma e nos escutassem com qualidade e atenção, e assim entendessem que “a culpa não é do outro”.
Enquanto não há esse botão nessas pessoas, o importante é que evitemos o confronto direto. Quem tem muitas habilidades sociais e calma, pode tentar usar o jogo de cintura nessas situações, e assim pode tentar descontrair o ambiente e mudar o foco dos assuntos, para evitar discussões acirradas.
Normalmente as pessoas mais experientes, quando conhecem essas pessoas descontroladas, escolhem os momentos ideais, em situações isoladas, com mais ninguém participando, para buscar uma conversa mais equilibrada, de uma forma adequada passa mostrar os exemplos de situações descontroladas que estão sendo criadas por elas…
O ideal é que mais pessoas, principalmente amigos e familiares tivessem muito jeito para falar com essas pessoas, indicando um acompanhamento profissional.
Iniciar com um psiquiatra ou clínico geral para que com medicamentos a pessoa se equilibre um pouco mais. E aí entra o trabalho de psicanalista ou psicólogo para fazer uma psicoterapia.
Belas soluções de curto prazo, mas depende da vontade da pessoa com problemas…