Naquele inverno, foi a primeira vez que Maurício viu Ana Lúcia. Eles estavam bem encasacados, pois o vento estava congelante. Até neve tinha na rua. Da janela do hotel, ele a via brincando com umas crianças que não poderiam ser filhos dela, pois a pele dela era tão jovem.
Maurício nunca tinha visto alguém tão bonita. Pensou que poderia falar com ela. Era uma decisão importante. Enfrentaria tudo para ficar com ela. Claro que, pela aparência, ele poderia ser seu pai. Aproximou-se da brincadeira e, sem querer, levou uma bolada na cara…
– Mil desculpas, meus irmãos e eu não conhecíamos neve, então… – ele ficou pensando e achando a beleza dela algo esplêndido. Teria que ser charmoso o suficiente para, ao menos, pedir o telefone…
– Sem problemas… Eu vi vocês brincando da minha janela e pensei ‘por que não’ e cá estou…
Conversaram bastante enquanto os gêmeos brincavam. Então, ele largou as palavras mágicas e ela deu o número de telefone. Eu daqui da minha janela, não acreditei que o velhote chegou antes de mim. Vou voltar para o Rio de Janeiro e dizer para meus amigos que peguei geral e um dia eu saberei se aqueles dois deram certo.
Por Magno Machado de Freitas
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