
“– Sabe, Cosme – assim se dirigia aquela alma a seu anônimo e reservado instrutor cósmico – tenho vaga lembrança da última vez mas, agora que retorno, creio que torno a exclamar: Que belvedere! Que bela vista – exaltava, olhos estrelados”. Assim começa o prólogo do novo romance de Danilo Kuhn, “O mensageiro celeste – primeiro quadrante” (Pragmatha Editora, 2025), lançado no domingo, dia 26 de outubro, durante um almoço no restaurante Nona Bray, em São Lourenço do Sul/RS.
Trata-se da narrativa de uma reencarnação cósmica, a partir da perspectiva da astrologia cármica, onde um (re)nascimento ocorre somente e exatamente quando há sincronicidade entre o carma e o cosmos. Segue-se a anunciação do mapa astral do neófito, evidenciando as principais características daquela existência por vir.
O futuro protagonista, então, enuncia sua inquietação mais premente: “– Gostaria de não esquecer em nanossegundos tuas instruções, tua cosmologia – sussurrava a alma prestes a reencarnar, a descer do macro ao micro, do céu à terra, do cosmo ao átomo, já num fio de voz”. E, logo, clama ao seu guia espiritual: “– Repete-me a sentença-chave de minha próxima existência, Cosme – suplicou o discípulo, apenas com a força de sua mente, a um átimo da carne”. E, o cosmos: “– Sê o mensageiro celeste”.
Este romance astropolicial promete um enredo envolvente, tecido sobre crimes em série perpetrados em uma “povoção” até então pacata e serena, ao passo que uma constelação de análises astrológicas auxilia um jornalistastrólogo e aspirante a escritor a seguir a pista de um serial killer zodiacal.
Para o autor, lançar o primeiro quadrante, ou seja, a primeira parte da quadrilogia “O mensageiro celeste”, representa o início de uma jornada celestial: “Assim como na astrologia, o primeiro quadrante de um mapa natal se refere ao autodesenvolvimento de uma pessoa ou evento. Traduzindo para a literatura, pois que, neste romance, pena e cosmos, letras e estrelas se amalgamam, o primeiro tomo da saga se dedica a desenvolver a própria história, sua individualidade enquanto obra. Para tanto, seu ascendente em Virgem, por exemplo – sim, o livro possui uma carta celeste –, aufere-lhe organização, detalhamento, esmero e perfeccionismo, e assim por diante”.
Embarque, tal um cosmonauta literário, nesta trama celestial, onde o micro e o macro, terra e céu, átomo e cosmos são, um do outro, espelho e reflexo.
3/5/25