Da alvorada ao ocaso

O sol de pôs no horizonte e ele ainda permanecia em pé no saguão, olhando pelas janelas envidraçadas o avião que ganhava altura, quase sumindo no céu. Aquele intervalo entre a alvorada e o ocaso tinha sido, inesperadamente, um dos mais intensos na sua vida. Uma nevasca do outro lado do país ofereceu a oportunidade de conhecê-la naquele mesmo aeroporto e como todos os voos não sairiam em menos de doze horas decidiram aproveitar o dia para passear pela cidade. Foram a museus, lugares históricos, pontes. Almoçaram alegremente, degustaram de um bom vinho. Sem saber como, destes inexplicáveis encontros da vida, se sentiam tão próximos um do outro que foram momentos mágicos, olhares quase apaixonados, aquela intensidade que só o amor impõe. A despedida foi dolorida para ambos, não haviam se tocado o dia inteiro mas se permitiram um abraço, longo e tenro. Olharam-se uma última vez, olhos marejados, e ela precisou embarcar. Era a última chamada.

Por Eduardo Guilhon Araujo

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