Contracapa | Transparências e transposições: ensaios sobre o existir e o viver em sociedade

“Transparências e transposições: ensaios sobre o existir e o viver em sociedade” é a mais nova obra da escritora Ana Rita de Calazans Perine pela Pragmatha Editora. Ana é filósofa clínica, pesquisadora, educadora, mobilizadora social e empresarial, além de idealizadora e coordenadora do movimento “Artes, Ciências e Humanidades”, em prol da diversidade de expressão, da confluência de saberes e do caráter emancipatório do pensamento humano..  A contracapa do livro é assinada por Kélsen André Melo dos Santos, natural de Belo Horizonte, educador consciencial, professor de filosofia, filósofo clínico, escritor, palestrante e doutor em filosofia.

Confira!

A contracapa é um lugar especial, guarda o outro lado do mesmo e único livro. É similar às costas, ao dorso, à parte tão nossa e tão ignorada de nós mesmos. A parte sempre junta a nós, mas cujo olhar, acesso, pertence aos outros, escapam mais diretamente da gente. O que se fala em nossas costas nem sempre incomoda, porque para muitos é parte que não nos é visível.

Em Transparências e Transposições, Ana Rita irrompe e unifica sonhos e poesias, concretudes e levezas, assombros e acolhimentos, escutas e destamponamentos. Os ensaios liberam e conectam mística e idealismo, concretude e estética, sonhos e dilemas, poesia e lirismo. Tudo regado com esse tempero da sensualidade que se revela ocultando e seduz desvelando aos poucos. Luz e sombras, ou nem negro nem branco, penumbra. Transparência que, ao se transpor, traz pensamentos e estados de ser da autora em sua abordagem multidisciplinar, interdimensional, apreendida por nós pela ótica de uma mulher que tem se encontrado no tempo, embora o tempo ainda pareça atrasado demais, lento demais para tudo o que ela transpassa na obra.

Em síntese e em tempo, o livro tem cheiro de maturidade. Esse cheiro que se sente quando o bebê nasce e se vê, ao mesmo tempo, nos olhos do ancião que morre, que se colhe no deflorar da virgem e igualmente arrepia e assusta no gozo da mulher que sabe a atemporalidade da emancipação (gozo). O tempo da maturidade é o não tempo da descoberta que toda capa tem contracapa, toda luz tem sombra, todo masculino tem feminino, todo “eu” tem outro. Todo fragmento é inteireza em si. E há si mesmos que nos causam Transparências e Transposições. Uma leitura imperdível para homens que desejam se aproximar de um feminino que retorna e de mulheres que anseiam ver outras imagens diante do espelho.

Kélsen André Melo dos Santos