O mundo vive um de seus maiores desafios: o combate à pandemia do Covid-19. O isolamento social é a principal estratégia adotada pelas autoridades e população para conter a contaminação pelo coronavírus. Como tem sido a rotina de quarentena? Como manter-se em paz, consigo e com os outros, nestas circunstâncias? Poetas participantes da antologia Poetas pela Paz, da editora Pragmatha, respondem:
Mauricio Duarte
“Para manter a paz interior tenho praticado oração e meditação. Para manter a paz com os outros tenho exercitado a arte de escutar, ouvir o que o outro tem a dizer antes de já pensar o que vou rebater, o que vou contra-argumentar. Manter a paz, às vezes, é mais difícil do que chegar até ela. A verdade, assim como a paz, são bichos estranhos, quando a gente acha que os pegou, é que eles estão mais distantes da gente, como diria um personagem de histórias em quadrinhos.
Isabel C S Vargas
“Estamos vivendo um momento atípico. Eu estou. Atribuo ao medo de perder as pessoas que amo e me são caras. Quem já teve muitas perdas não imagina voltar a viver isso tão cedo. Sempre vivi em meio a muitas pessoas. Casa cheia. Há sete anos vivo só por várias circunstâncias. O que ocorre agora é que foge dos parâmetros normais. Não posso ir nas minhas filhas, elas não devem me visitar, não podemos fazer programas juntas e associado a esse isolamento o medo das que estão em atividade de contrair a enfermidade. Rezo, leio, escrevo, assisto programas na TV que me distanciam do momento presente, tricoto, faço afazeres diários com os cães, me comunico com amigos reais e virtuais e tento, algumas vezes, colocar um pouco de humor nas coisas. Assisto lives das igrejas de minha cidade e assisto à missa diária do Vaticano as duas horas da madrugada. É um momento de paz e reflexão que me proporciona um sono mais reparador”.
Tauã Lima Verdan Rangel
“Em épocas de isolamento social, a melhor forma de alimentar a paz interior é nutrir-se de bons momentos de reflexão e meditação. Neste período, tenho me dedicado especialmente a fazer pilates e meditação; é impressionante o efeito sobre o corpo e a mente… Enfim, buscar o ponto de equilíbrio é a meta para conseguir a resistir à pandemia e a tantas notícias ruins”.
Evanise Gonçalves Bossle
“Além de escrever poemas e crônicas para promover a paz, também trabalho em sala de aula, durante as aulas de Língua portuguesa, através de músicas e textos de escritores, temas relevantes sobre o combate ao bullying, preconceito etc. Exemplo: Era uma vez, de Kell Smith, música Brasis, de Seu Jorge, Trem Bala, de Ana Vilela entre outras.”
Márnei Consul
“Paz é algo de que necessitamos nesse tempo de pandemia, incerteza e medo. Por isso, mantenho minha sanidade estando junto à família, pois ela é minha base. Coisas simples, como um café da tarde com bolo na casa da mãe, me reenergizam, trazem paz e me inspiram.”
Leonardo Andrade
“Tenho tentado ler mais, estudar mais, buscar mais conhecimentos e me reaproximar de pessoas que já não tinha mais muito contato devido à correria dos dias. Tenho tentado me colocar disponível para quem precisa de um ombro amigo, uma palavra de conforto ou mesmo uma poesia”.
Adriano Soares
“Sou voluntário em duas instituições, embora não tenha conseguido fazer muito nesse período. Mas criei uma rotina para a minha quarentena: Passear com meu cachorrinho, treinar, ler e escrever…”
Isiara Caruso
“Nestes tempos de quarentena tenho meditado e também escrevo, como de costume. Também converso com meu povo que está longe. Também estudando um pouco, um bom tempo para aprender.”
Rita Queiroz
“Nesses tempos de quarentena, tenho gravado vídeos contando histórias para crianças, recitando poemas de amigos e também fazendo vídeos com meus poemas. Além disso, continuo lendo e escrevendo, participando de saraus virtuais e lives. Assim, encontrei a forma para ficar em paz e levar poesia e literatura pelas redes sociais.”
Daniel Gomez
“Estou em oração. Cuidando da casa, regando as plantas, ligando para as pessoas distantes e fazendo live com minha música e poesia. Vai passar, Deus é bem maior que todas as tormentas. Teremos um mundo melhor, bem mais humanizado.”