A Aspel – Associação Pesqueirense de Literatura foi fundada em março de 2020 e está publicando pela Pragmatha sua primeira antologia. A obra reúne escritores das cidades de Pesqueira, Poção e Sanharó, de Pernambuco. São eles Andréa Galvão, Ângela Maria, Auzeh Freitas, Célio Guimarães, Edmilton Torres, Francisco Aquino, Gera Santana, Jean Ramalho, João Bosco, João Capri, Lourdes Marinho, Margarida Maciel, Nilo Moraes, Núbia Cavalcanti, Valter Leal, Veríssimo Valter, Wagner Leal, Zélia Costa e Zuleide Siqueira. Nesta entrevista, o organizador Edmilton Torres fala sobre o cenário literário da região e a importância da antologia como obra inaugural da associação.
Associações literárias são fundamentais para o desenvolvimento da literatura. Que projetos a Aspel pretende desenvolver?
O objetivo principal da ASPEL é aglutinar em torno de um objetivo comum, os literatos de Pesqueira e cidades vizinhas, de onde vieram alguns dos seus membros, para somarmos força em projetos culturais. Nossa primeira e importante conquista foi, graças ao dinamismo do nosso presidente Nilo Moraes, conseguirmos uma sede própria para realização desses projetos. Além das nossas “rodadas literárias” mensais, promoveremos cafés literários, oficinas literárias, palestras, saraus, disponibilizaremos espaço para leitura, lançamentos de livros, entre outros projetos em estudo.
Como você avalia o cenário literário da região?
A nossa região é riquíssima na área cultural, não apenas na literatura. Não por acaso, Pesqueira foi cognominada pelo Cardeal Arcoverde, o primeiro cardeal da América Latina, filho ilustre da nossa cidade, como “A Atenas do Sertão”, por ser, já no início do século 20, um importante polo educacional e por ter revelado vários intelectuais de renome nacional. Não obstante esse privilégio, não há ações governamentais significativas de incentivo aos novos autores. Associações como a ASPEL são iniciativas privadas da sociedade para manter viva essa tradição e dar visibilidade aos nossos escritores.
A antologia praticamente inaugura as atividades da Aspel. Como surgiu a ideia?
De fato, logo após a nossa fundação, em fevereiro de 2020, veio a Covid-19 e tivemos que suspender as nossas reuniões presenciais e adiarmos os projetos da associação. A ideia da antologia foi para driblarmos as dificuldades impostas pela pandemia e apresentarmos a ASPEL, à sociedade, em grande estilo, tendo em vista que não poderíamos, em curto prazo, implementarmos os projetos que idealizamos.
Quais foram os maiores desafios no desenvolvimento do projeto?
Com a experiência adquirida em dois projetos anteriores, por outra sociedade literária, bem como pelo lançamento de dois livros solo, como organizador da antologia da ASPEL não tive grandes dificuldades para realizar o projeto. Todos os autores e autoras são pessoas maduras, que se comprometeram com a ideia, se mostraram sensíveis às regras do projeto e colaboraram comigo de forma admirável. O saldo é extremamente positivo, pois o trabalho foi prazeroso e o resultado, do meu ponto de vista, primoroso.