Tem uma luz acesa no seu apartamento. Algo parecia que a estava avisando. Mas será que esqueci — pensou. Bom, pelo sim e pelo não, melhor é voltar e verificar. Afinal, ficaria uns dias fora e a energia estava pela hora da morte, não era época de gastos excessivos.
Resolveu fazer o contorno e voltat, não estava muito longe. Chegando no apartamento, olhou todos os cômodos, e nada de luz acesa. Verificou se tudo estava certo, se o gás estava fechado. Fechou a porta, desceu. Quando ia dar a partida, o seu celular tocou, ela achou melhor atender, pois não gostava de atender dirigindo, nem mesmo em viva voz. Era sua irmã, que do outro lado, está com uma voz apavorada:
— Você está bem?
— Sim.
— Aonde você está?
— Saindo de casa…
— Graças a Deus, uai, pensei que já havia saído.
— Sim, já havia saído mesmo, mas tive que retornar, lembrei que deixei uma luz acesa. — respondeu — Mas que não estava, voltei à toa. — fala e dá um sorriso. — Mas aconteceu alguma coisa?
— Não foi à toa não, irmã, o viaduto que você iria passar desabou agora há pouco.
Um frio percorre espinha dela. Nossa, se foi agora há pouco, era para ela estar em cima dele.
— Meudeusducéu, irmã, então, escapei por pouco?
— Sim, e acho melhor você viajar amanhã, aproveita, e vem aqui para casa, quero te dar um abraço.
Por Giovana Schneider
Texto integrante dos exercícios literários propostos pela Pragmatha Editora em suas redes sociais aos domingos