“As futuras gerações saberão que seus antepassados tiveram uma Escola de uma plenitude e de um tamanho que é difícil definir”

Tokinho Barcellos (Luis Paulo Flor de Barcellos) é natural de Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul. Em sua trajetória, um dos marcos é a formatura como técnico em contabilidade da turma de 1980 na Escola Técnica de Comércio Barão do Cahy. Integrante do Grêmio Literário Patrulhense desde o ano de 2019, ele aceitou o desafio de resgatar o histórico da escola, que exerceu papel fundamental na vida da comunidade. Nesta entrevista, ele fala sobre as alegrias e desafios de escrever a obra “Contabilidade é uma barbada”, com edição da Pragmatha Editora.

Como surgiu a ideia do livro?

Formei-me Técnico em Contabilidade na Escola Técnica de Comércio Barão do Cahy, em minha cidade natal de Santo Antônio da Patrulha, no ano de 1980. Em 2015, quando realizamos um encontro da turma, 35 anos após a formatura, uma ex-professora me desafiou para que fizesse um tributo à escola. Ou seja, questionou do porquê nunca ninguém havia pensado em fazer essa homenagem. A Escola funcionou durante 40 anos (1960 a 2000) e formou em torno de 1600 Técnicos em Contabilidade.

Do que a obra trata?

A obra trata do registro da história do Curso Técnico em Contabilidade. No livro, tem ali citada a história de cada turma de formandos, nome dos alunos, paraninfos, homenageados, juramentos, lemas e oradores. Enfim, é a história registrada de cada turma que se formaram do ano de 1962 até o ano 2000. Com depoimentos de ex-diretores, ex-professores, ex-funcionários e ex-alunos.

Quais foram as maiores alegrias nesse projeto?

Tem várias. Tem a satisfação de poder homenagear meu irmão Valdir, já falecido, que foi aluno, professor, diretor, secretário, paraninfo durante o seu convívio na escola. Também a satisfação de, ao lado do meu irmão, homenagear o Dr Ferulio Tedesco Netto, que ainda está conosco, pelos anos de dedicação que teve com a escola. Tem em ver a alegria de muitos ex-professores, ex-alunos e ex-funcionários, com o tributo feito à Escola. A alegria em ver o livro pronto, com uma capa muito especial, linda demais.

Como foi o processo de pesquisa?

Trabalhoso e árduo. Tivemos acesso à documentação da Escola, ora arquivada, no arquivo de uma Escola aqui na cidade. Trabalho minucioso de verificar cada ata de formatura, localizar os convites. Ouvir manifestações de pessoas importantes para a educação. E sempre com a companhia de minha companheira Neida, me ajudando, me incentivando, me colocando para cima. E, hoje, eu vejo o quanto foi e está sendo importante fazer esse livro, essas homenagens.

Durante essa jornada de pesquisa, quais foram os maiores desafios?

Sem dúvida montar o livro. Colocar cada linha, cada detalhe, cada citação, cada nome. Fazer a estratégia correta para editar o livro. Buscar apoios, porque, isso era uma ideia, um projeto. Fazer as pessoas acreditarem no projeto.

Algo o surpreendeu durante a jornada?

Por mais, que saibamos que estávamos fazendo um tributo, a uma instituição que, como sempre falo: ela foi, é e será, ainda por muito tempo, parte fundamental na economia de nossa cidade. Profissionais, hoje das mais variadas áreas, saíram dos bancos escolares da escola. Não imaginávamos a reação da comunidade, com empolgação, e o quão importante que ela desempenhou o papel na economia de nossa cidade.

Que legado a obra pretende deixar?

Sem dúvida, manter a memória viva da Escola. Como eu, muitas pessoas, ao se referirem a ela, faz-fazem com o coração, com a voz embargada, com a emoção à flor da pele. As futuras gerações saberão que seus antepassados tiveram uma Escola de uma plenitude e de um tamanho que é difícil definir.