Ana Jarrouge é a atual presidente executiva do Sindicato das Empresas de Transporte e Cargas de São Paulo e região – SETCESP e diretora da CNT-Seção II do Transporte Rodoviário de Cargas. Com MBA em Gestão de Pessoas, Ana defende o setor de transporte há mais de nove anos e já atuou como coordenadora nacional da Comissão de Jovens Empresários – COMJOVEM, da NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística. Também é coautora da obra “O transporte de cargas brasileiro em tempos de pandemia”, com publicação da Pragmatha. Nesta entrevista, ela fala sobre os desafios e perspectivas do setor.
Você é executiva na indústria de transportes e também presidente de uma entidade representativa. Que diferenças você percebeu entre ambos setores, na resposta aos desafios impostos pela pandemia?
Ambas atividades sofreram grandes impactos, não há como se negar, muito embora a atividade de transporte em si não tenha parado completamente, porque tivemos que dar conta do abastecimento urbano, insumos hospitalares e bens de consumo essenciais para a população. Ou seja, alguns nichos de mercado dentro do transporte tiveram até crescimento na demanda. Já as entidades de classe, que realizam diversos eventos, encontros e serviços presenciais sofreram bastante com o distanciamento social e tiveram que se adaptar de forma muito rápida a esta nova realidade. Algumas tiveram êxito e prestaram serviço na forma virtual, deixando seus associados informados o tempo todo sobre tudo que estava acontecendo. O modelo de gestão, o engajamento da equipe e a velocidade na tomada de decisões é que fazem toda diferença em situações como esta.
Na sua opinião, a pandemia reforçou a importância de se integrar a entidades associativas?
Sem dúvida. Aqui em São Paulo tivemos exemplo disso, pois logo no início da pandemia, em razão de estarmos sediados no mesmo prédio, o que facilita muito a comunicação, as três entidades NTC, FETCESP e SETCESP, juntas, fizeram diversas ações e isso foi uma demonstração de que a união faz a diferença, traz velocidade, coesão de informações e quem ganha são os transportadores, nossos associados e representados. No meu entendimento, esse é o caminho mais sadio e rápido para que tenhamos sucesso em termos de conquistas para o TRC.
Como executiva, o que mudou na sua visão de mundo e profissional quanto ao trabalho?
Eu já tinha uma visão bastante humana sobre gestão de pessoas no trabalho. A pandemia somente reforçou e confirmou que não existe outro caminho para as empresas e para qualquer negócio que queira prosperar que não seja através das pessoas, olhando a sociedade como um todo, sistema ganha-ganha, onde todos colhem frutos juntos, cuidando da comunidade e do meio ambiente. O papel do líder é fundamental, para construir e manter um ambiente de trabalho sustentável, adequado, respeitoso, inclusivo, humano. Não acredito em nada fora disso.
O que significa, para você, ser coautora do livro?
Na verdade, é uma surpresa muito grande, que eu não esperava. Sempre gostei de escrever, até em razão da minha formação jurídica, mas nunca tive pretensão de participar da autoria de um livro. Acho que para o TRC é algo inovador e inspirador, ainda mais quando feito por jovens empresários e executivos, quando temos autores brilhantes como nosso querido Geraldo Vianna. Deste modo, espero que a iniciativa seja apenas o começo de uma longa história, pois o TRC merece ser ouvido, ser relatado, tamanha a grandeza de sua importância para a economia nacional.