“Abri minha alma e alguns sentimentos se transformaram em lágrimas e outros em poemas”

Sem se preocupar com rimas e métricas, a escritora Eleci Dias da Silva, de Capanema, no Pará, está lançando pela Pragmatha Editora seu primeiro livro de poesia. “Minha alma tem pressa”, “Amor”, “Reviver” e “Saia azul” são alguns dos trabalhos que serão publicados. Nesta entrevista, ela fala sobre seu processo criativo e as expectativas com a obra.

Como surgiu a ideia do livro?

Sempre gostei muito de ler e escrever. Os livros sempre foram meus grandes companheiros em viagens imaginárias por mundos tão deslumbrantes. Mas nunca ousei pensar em escrever um livro. Depois de um período de grande dor emocional, um dia me peguei escrevendo poemas para expressar o que sentia e encontrei aí uma forma de reencontrar meu caminho que eu julgava ter perdido. A ideia da publicação surgiu depois de muitas reflexões acerca de partilhar sentimentos contidos nos poemas escritos.

Qual foi o momento chave em que você definiu que, sim, era hora de publicar?

Vários amigos e familiares sempre incentivaram a publicação, apreciando os poemas que fui divulgando nas redes sociais. Comecei então a fazer uma compilação dos meus escritos e percebi que tinha uma vasta produção feita nos últimos anos. Depois de muito relutar, resolvi encarar e o livro já está sendo produzido.

Como é seu processo de escrita?

Não tenho um tempo definido nem certo para escrever. Como se trata de um livro de poemas, escrevo muito quando me vem a inspiração. E isso pode acontecer a qualquer momento, ou a partir de qualquer situação ou lembrança que me vem à memória.

Quais as principais características de seus poemas?

Meus poemas são simples. Não tenho grandes preocupações com rimas e métricas, mas sim, com o que quero expressar com ele. São poemas nascidos de sentimentos vividos ou que retratam situações do meu cotidiano, com a devida licença poética que me é permitida.

Quais os principais temas abordados?

Os temas abordados em meus poemas são de sentimentos vividos. Comecei a escrever como uma forma de expressar a imensa dor pela perda de meu marido e assim exorcizar os fantasmas da saudade e da solidão. Costumo dizer que um dia abri minha alma e deixei escorrer todos os meus sentimentos, alguns se transformaram em lágrimas e outros em poemas que partilho.

A obra pretende passar alguma mensagem?

Sim. A obra pretende passar a mensagem de que o amor, em sua sagrada essência, existe e que nos faz crescer como seres humanos quando o partilhamos. Quero passar também uma mensagem de esperança e de superação. A poesia, ao mesmo tempo que nos acolhe, nos dá asas e nos liberta.

O que a escrita representa para você?

A escrita para mim sempre foi uma boa companheira e uma possibilidade de expressão. Agora, quando compilei meus escritos, percebi o quanto tenho produzido nesses últimos anos e isso tem me incentivado a desenvolver novos projetos. Colocar no papel, em prosa ou em versos, as escutas tantas que tenho feito ao longo de minha vida. Sejam as escutas que faço a partir das vivências relacionais, ou as escutas que aprendi a fazer de meus próprios sentimentos.

O livro será lançado em breve.