“A pandemia deixou bem claro que a sociedade em geral deve mudar a forma de pensar”

André de Simone é sócio das empresas Espaço Bimbo, Desconfie Já, Acordo Já, Anx Em-preendimentos Imobiliários, Fundo de Investimentos no MCMV e faz parte do conselho adminis-trativo da Transita Transportes Ltda. Ele é Fundador do Amigos do Agir e atua como Coordenador Nacional da COMJOVEM, órgão da NTC&Logística. Estudou na escola Vasco de Quiroga, em More-lia, no México. É formado em Administração de Empresas e pós com ênfase em Marketing pela Australian Pacific College e MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Nesta en-trevista, como coautor da obra “O Transporte de cargas brasileiro em tempos de pandemia”, fala sobre logística humanitária.

O que é logística humanitária e como opera?

A logística humanitária opera quando há uma necessidade de caráter emergencial. Espa-lhamos para todos os empresários do Brasil a notícia de pessoas ou lugares que estão preci-sando de ajuda e alguns sempre se colocam à disposição. Também entramos em contato com empresas que sempre ajudam e é feita a logística para efetuar o transporte inteiramente gratuito ou pago através da angariação de recursos dentro do setor.

O setor de transporte, nesta pandemia, foi fundamental. Você acredita que melhorou o olhar da sociedade para o setor?

Eu acredito que melhorou sim. Primeiro porque o transporte foi uma das principais atividades neste período, sendo até colocado como setor essencial. Nós não paramos em momento nenhum. Tivemos, inclusive, colaboradores trabalhando mais do que antes para ajudar as pessoas do grupo de risco que não puderam nos auxiliar e, também, para suprir as deman-das. Acho que a sociedade, no geral, começou a ver o transporte com um pouco mais de atenção, já que não deixamos de abastecer nenhum mercado ou farmácia. Continuamos trabalhando para garantir que nada faltasse e se o setor tivesse parado, acredito que a situa-ção teria sido ainda pior do que foi.

De modo geral, o setor de transportes é solidário e socialmente responsável? Que perspecti-vas se apresentam nesta área?

Acredito que o setor é bastante solidário e responsável. Sempre estamos trabalhando para ajudar e disponível para transportar o que for necessário. Inclusive durante a pandemia transportamos insumos de grandes embarcadores que estavam fazendo doações para as pessoas da linha de frente do combate ao coronavírus. Esta característica do setor pode ser percebida não só nesse caso, mas em outros anos também sempre buscamos ajudar desde asilos até hospitais.

Quais seus principais aprendizados, a partir dos desafios impostos pela pandemia para a sua área de atuação no setor de transportes?

O principal aprendizado foi a parte humana de tudo. Demos ainda mais valor para todos os nossos colaboradores que estavam se dedicando mesmo com todas as dificuldades e incer-tezas. Acredito que a pandemia fez com que o transportador desse mais valor para os que se dispuseram a ajudar. A pandemia deixou bem claro que a sociedade em geral deve mu-dar a forma de pensar: temos de ajudar mais uns aos outros, cuidar do próximo pois há coi-sas que vão muito além de nós, seres humanos, como esta pandemia que veio e tirou milha-res de vidas. Temos que nos valorizar um pouco mais.

O que significa, para você, ser coautor do livro?

Ser coautor de um livro, principalmente registrando o que experienciamos e vivemos com a pandemia, era um sonho a princípio. Um dos meus objetivos de vida era escrever um livro ou ser coautor de um e tanto este momento quanto o grupo do IT10 me proporcionaram esta experiência.