A manhã gélida

O despertador tocou às 5h30min naquela manhã gélida. Quase não consegui sair da cama. New Hampshire marcava -30°. Fiquei me revirando por algum tempo até que tomei coragem e fui preparar um chá. O calendário já marcava 13 de dezembro; nem tinha me dado conta da rapidez do tempo por causa das tantas coisas que aconteceram naquele ano. Lá fora a neve já cobria o jardim e borrava a visão pela janela. A madrugada estava muito escura, era lua nova. O silêncio imperava! Totalmente inesperado, ouvi o som de passos no assoalho de madeira. Eu estava sozinho em casa, minha esposa havia viajado a trabalho. “Ela teria retornado antes do tempo?”, pensei. Subi ao sótão, de onde o som vinha, acendi a luz e não vi nada. Quando cheguei à cozinha novamente, fui abordado por um homem vestindo um terno listrado azul marinho e o cabelo penteado. Era tão elegante que não parecia humano. Fiquei assustado e, em um impulso animal, voei para cima dele. Ele simplesmente desapareceu. Caí no chão, bati a cabeça e adormeci… Consegui abrir os olhos somente quando o despertador tocou às 5h30min naquela manhã gélida…

Por Gilberto Broilo

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