— Quando voltará para casa? — Flora pergunta a Amanda.
Ela respirou fundo e respondeu lentamente:
— Não sei, até tenho vontade, mas o que me falta é coragem, madrinha.
— Você não pode continuar fugindo, minha querida — ela fala carinhosamente e passa a mão na cabeça de Amanda. — O que aconteceu não foi sua culpa.
— Não sei — Amanda fala e uma lágrima escorre em sua face. — Tudo poderia ter sido diferente.
— Você falou certo, poderia, mas não foi…
— Eu sei, madrinha — Amanda agora já está soluçando — A senhora não quer que eu fique mais aqui?
— Por favor, Amanda, não me interprete mal, por favor — Flora levanta e abraça Amanda.
— Peço desculpas, madrinha, mas é que dói tanto…
— Sei, minha querida, e acredito que não está sendo fácil para você — ela fala e dá um beijo na testa de Amanda. — Mas já está na hora de voltar e enfrentar a realidade…
— Eu poderia ter ido junto com eles…
— Não era o seu momento, minha linda.
— Estávamos tão felizes, era o aniversário da Alice, íamos comer uma pizza, ideia minha, e tudo acabou daquele jeito.
— São acontecimentos desta vida que nos foge à compreensão, mas tudo está predestinado e não podemos fugir disto.
— Gostaria de ter sua fé — Amanda fala e aperta os lábios e mais lágrimas escorrem pela face. — Eu estava dirigindo aquela porcaria de carro, talvez se fosse Rico ele teria sido mais preciso.
— Amanda nada poderá mudar o que aconteceu — Flora agora fala firme. — Então, não adianta você ficar arranjando brechas ou qualquer outra coisa, pois nada vai mudar.
— É, madrinha, para dizer a verdade a senhora tem razão, preciso arranjar forças, de onde não sei, mas tenho que reagir — Amanda fala e abraça Flora — Mas voltar para casa? Não sei, acho que vou me desfazer dela, agora é só uma casa mesmo e não o lar que um dia foi…
Por Giovana Schneider
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Texto integrante do projeto de exercício literário proposto pela Pragmatha Editora em suas redes sociais. Participe! Em caso de dúvida, converse com a editora Sandra Veroneze pelo e-mail sandra.veroneze@pragmatha.com.br