A literatura como um alento em tempos de pandemia

O que representa a literatura para você, especialmente nesse período de pandemia,  no contexto de publicação de uma antologia? Fizemos esta pergunta aos escritores participantes da primeira antologia de poesia e prosa da Aspel – Associação Pesqueirense de Literatura. Confira:

Edmilton Torres: “A Literatura é o combustível que aquece e ilumina a minha alma de poeta. A publicação de uma antologia neste tempo de pandemia,  quando o isolamento social nos encheu de angústia, foi como um bálsamo para a nossa tristeza, pois se apresentou como uma oportunidade de compartilharmos essa energia que aquecerá e iluminará  a todos os que se irmanaram nesse projeto literário”.

Nilo Moraes: “A Literatura tem um significado forte na vida do ser humano, principalmente no sentido intelectual, emocional e de respostas a perguntas silenciosas que nosso espírito nos faz nas profundezas da alma. Em um período doloroso de pandemia, quando o calor humano do aperto de mão e do abraço se tornam proibidos, quando estar perto um do outro se tornou uma ameaça, é a palavra escrita, a frase lida, meditada, que nos tiram também da epidemia de uma solidão imposta pelos tristes dias que vivemos, que nos faz rir, pensar, sentir emoções de formas diferentes, aliviando a nuvem pesada que nos envolve nestes dias de pandemia tão cruéis, em que nos preocupamos, não apenas com nossa sobrevivência, mas, também, do nosso próximo. A literatura se torna uma pedra angular para nos fortalecer nessa travessia.”

Ângela Maria: “Literatura é extrair da alma o êxtase do amor, é transformar lágrimas em bálsamo para as feridas que  nem mesmo o tempo pode curar as cicatrizes. Participar de uma antologia em tempos de pandemia é liberar oxigênio poético em forma de essência, que serve de alívio para os momentos de dores, e de aconchego para os momentos de alegria, revirando a vida pelo avesso e tendo a oportunidade de escrever uma nova história.”

Andréa Galvão: “Literatura é arte e como tal funciona como um respiro, um alento para alma. Em se tratando da crise sanitária na qual vivemos, essa linguagem artística se configura como a tábua de salvação para manter nossas mentes sãs, pois entretém, prende a atenção e nos dá prazer ao entrar em contato com ela, seja lendo ou escrevendo. Participar de uma antologia poética num período tão caótico é uma alegria, uma vez que os textos escolhidos por mim retratam o meu olhar sensível em face das agruras experimentadas na Pandemia do Coronavírus. Acrescento que nesta publicação em particular, deixarei em forma de texto as marcas de um tempo, um legado para a posteridade.”

Auzeh Freitas: “Propagar a literatura dentro deste período histórico da humanidade – pandemia coronavirus – é um desafio imenso. Mas somos poetas, e um guerrilheiro cultural não foge à luta.  Fazer parte de uma antologia é uma honra imensa. Veremos nossos escritos contemplados e propagados em livro para que sejam lidos pelo universo. Em mim, imensa graça saber que olhos pousarão em meus poemas. Que eu os encante como eles nos encantam com suas presenças. A cultura é luz na escuridão. Salve a poesia que nos irmana”.

João Capri: “A Arte Literária é apaixonante, de papel extraordinário no desenvolvimento intelectual. Mesmo na pandemia, nada consegue inibir sua propagação e divulgação intelectual literária. A literatura é a arte produzida com palavras. Portanto, em sua definição, prescinde de diversas questões de ordem social, histórica, cultural e como um instrumento de interação social, cumprindo o papel de transmitir conhecimentos e cultura na comunidade. Por conseguinte, com ou sem pandemia, a literatura é mais que importante na cultura do povo de um pais.”

Célio Guimarães: “Representa ‘palavra’ como semente de sentimentos. Plantada será flor que embeleza, perfuma; fruta com forma, textura e sabor para deleite dos leitores”.

Francisco Aquino: “Representa uma companhia sensata através do conhecimento literário, nos transportando através dos sonhos e imaginação para satisfação pessoal. Nos mantendo calmos e tendo esperança em dias melhores.”

Wagner Leal: “Literatura é a forma de mantermos viva nossa arte, nossa cultura, de expressar nossos sentimentos, emoções, levando ao leitor um pouco do que pensamos através da leitura. Escrever em um momento tão difícil pelo qual estamos atravessando é a maneira de nos aliviar, esquecer  e dizer que permanecemos vivos e, através dos nossos escritos, levar uma esperança de que dias melhores virão”.

Valter Leal: “A literatura é e sempre será um dos melhores e maiores meios de comunicação, conhecimento e entretenimento que podemos usufruir, seja criando, escrevendo, divulgando ou lendo. Nesse período de pandemia, onde a clausura e todos os problemas nela contida, são tão prejudiciais e tóxicos a todas as pessoas, a literatura tem sido uma das melhores e mais eficientes válvulas de escape para que o ser humano possa superar tantas dores, sofrimentos e traumas.”

Veríssimo Valter: “O ofício do escritor e poeta é sempre escrever. Isto mantém vivo os nossos sonhos e continuar escrevendo, mesmo diante de uma cruel pandemia que nos traz tanta dor.”

Lourdes Marinho: “Deus age em benefício de quem nele confia. A literatura é uma dádiva divina pela qual devemos ser gratos. Nesta época de pandemia, em que fomos obrigados ao distanciamento social, participar de uma antologia com os amigos e amigas da ASPEL é muito gratificante.”

Zuleide Siqueira: “Escrever é a expressão mais concreta e objetiva do pensamento de quem coloca em palavras o que sente e o que pensa do hoje, do ontem e até do amanhã.  A literatura abre espaço para que se expresse os sentimentos, as emoções interiores e mesmo o desabafo de uma raiva ou rancor.  Participar de uma antologia num momento como o que estamos vivendo nada mais é do que gritar que há esperança de vencer algo que é drástico, que é mortal e, sobretudo, invisível. Algo que atinge a todos e que pode matar. Participar de uma antologia agora é dizer que, apesar do medo, da ansiedade e da incerteza, entregamos aos leitores textos que expressam vidas latentes e que acreditam num mundo mais humano”.

João Bosco: “A literatura tem sido um acalento nestes tempos. Escrever faz com que a mente flutue para campos de descontaminação, sem vírus, política e medos.”

Jean Ramalho: “A literatura é, sem dúvidas, um conjunto de emoções que expressam tudo o que está intrínseco na alma. Ela se evidencia os fatos reais e mesmo em tempos de pandemia é capaz de registrar, em termos poéticos, as entrelinhas da alegria ou das tristezas vividas a cada instante!”

Margarida Maciel: “Literatura – Jardim repleto de caminhos, onde a magia das letras nos conduz em viagens repletas de tesouros. Nesta época pandêmica e angustiante, os livros têm sido uma válvula de escape, portanto, a publicação, não só de antologias, mas de diversos gêneros, sugerem novas colheitas, opção maravilhosa para os amantes da literatura.”

Gera Santana: “Literatura é a arte viva escrita, cantada ou falada de um povo, região e ou país, que retrata a sua história e ou o seu momento. É através da literatura que as gerações se eternizam.”

Núbia Cavalcanti: “A literatura nos transporta para lugares inimagináveis, sejam eles fictícios ou não. É só nos deixarmos levar pelas asas da imaginação, para que possamos descrever os nossos sentimentos ou sentimentos alheios, sejam eles quais forem. Sabemos que através da literatura podemos mudar a forma de pensar e de viver de uma nação. A consagração de um escritor, não importa em qual categoria ele se encaixe, é poder ver seus trabalhos publicados, como uma forma de sentir-se eternizado e inspirar outros escritores. Nesses dois anos tão atípicos, que transformou a vida de toda a humanidade com perdas irreparáveis, poder viver mais um momento de consagração é um Dom Divino.”

Zélia Costa: “Literatura pra mim é perpetuar sonhos, viver emoções. Na poesia, recriar a vida, emoldurar a realidade, com flores. Lançar uma antologia em meio a esse caos que estamos a viver, é buscar a esperança de colorir os dias sombrios dessa situação de vida. Buscar sorrir, aplacar a angústia. Pensar positivo.”