Os desafios da criação de um personagem ingênuo, porém corajoso

Alexandre Santos Luzardo faz parte daquele grupo de escritores que observam a realidade e a partir dela criam suas histórias e personagens. Em “Roupas de Cristão, pecado de Adão”, o protagonista tem um jeito de ser e estar no mundo muito marcante. Ao longo da narrativa, sofre revezes e revela fragilidades e virtudes. Nesta entrevista, o autor fala sobre o processo de criação de Adão.  (Para adquirir a obra, entre em contato pelo WhatsApp 51 98486-4676).

Em seu livro, você cria um protagonista muito marcante. O que você mais gosta nele e o que você não gosta?

O que eu mais gosto nele é a coragem, a força de vontade. Depois de sofrer muito, ele teve força de vontade para mudar e conseguiu encontrar um propósito na sua vida, que foi ajudar as pessoas e teve a coragem para fazer prevalecer a justiça. O lado negativo é que ele foi ingênuo, preguiçoso e muito apaixonado por Helena. E por ser muito apaixonado se submeteu aos caprichos da amada e suportou o sofrimento, não conseguindo reagir e se livrar do mal que a paixão lhe fez.

Quais foram suas fontes de inspiração para criar o protagonista?

Vivência de vida. Existem problemas que acontecem diariamente nas nossas vidas, que são sempre os mesmos, apenas muda o endereço. E foi através de casos como aconteceu com o Adão, que tive a inspiração de criar o personagem.

O que os leitores podem aprender com a trajetória de Adão?

Pode se fazer algumas reflexões. Devemos preparar nossos filhos para enfrentar as dificuldades da vida e tomar decisões sozinhos. Observando os pais e filhos, alguns pais ou responsáveis   têm um excesso de zelo pelo filho. Percebo que nesse caso as crianças são superprotegidas e vivem em uma bolha, um mundo fora da realidade, e pode-se perceber que quando esse tipo de criança alcançar a idade adulta terá dificuldade para enfrentar a realidade da vida. Então fica a pergunta: como essa criança vai conseguir se proteger sozinha? Com certeza vai ter muita dificuldade de sair na rua sozinho, enfrentar e resolver os problemas pelos seus próprios meios. Mais cedo ou mais tarde na vida os problemas vão aparecer, então fico pensando: e quando os pais não estiverem por perto para ajudar a resolver, essas crianças, quando adultas, podem se tornar vítima fácil para vigaristas e oportunistas, pois serão enganados com facilidade, como relatei no livro com o personagem Adão. Esse foi o meu objetivo, alertar os pais ou responsáveis pelas crianças que devem preparar seus filhos para andar pelas ruas da vida sozinho.