Depois de lançar pela Pragmatha Editora o livro de poemas “Borboletras”, agora o escritor Carlos Hahn se aventura no universo narrativo. “Nem te conto” reúne textos desenvolvidos na oficina de narrativas da editora e desvela toda sensibilidade social do autor. Nesta entrevista, ele fala sobre o processo criativo, desafios e expectativas.
Como surgiu a ideia deste livro?
Em 2020, lancei o Borboletras, que é uma coletânea de poemas. Antes dele eu sonhava em escrever textos narrativos. Fui convidado pela Pragmatha para participar de oficinas de contos. Então resolvi juntar tudo num livro e dar luz aos textos.
O que a obra apresenta?
O livro traz contos de diversos formatos e personagens. Para não dar spoiler, posso dizer que eles trazem algumas dores sociais que me afligem a alma. Os contos tratam da escravidão, da pandemia, alcoolismo, drogas, fatos históricos, obras literárias etc.
O que ela representa no seu contexto de vida?
Eu escrevo sobre as dores do mundo e ela diz muito de mim e de minha história de quase sete dezenas de vida. Às vezes, eu fico apreensivo por revelar tantas coisas que vão dentro do peito. Mas o escritor precisa ter coragem para se revelar ao mundo. Nem tudo o que a gente escreve é ficção.
Quais foram os maiores desafios?
Consegui vencer alguns. O maior foi a insegurança, a timidez e o medo da rejeição por quem for ler. Mas deixei de lado esse pensamento, pois isso traz um pouco de orgulho. E o orgulho não é um bom conselheiro.
Como foi o processo de escrita?
Embora, a princípio, tenha me assustado um pouco por eu me achar incapaz de desenvolver textos narrativos, em pouco tempo de encontros de outros escritores, nas oficinas da editora, fui me sentindo mais à vontade. Nessas oficinas, fui absorvendo ensinamentos e, aos poucos fui me soltando e aprimorando os textos. Minha esposa Silvana também me ajudou muito, me incentivando e até, vejam só, criticando alguns contos.
Que mensagem a obra pretende deixar?
Não tenho a pretensão de ser um filósofo ou guru para ser seguido. Mesmo assim, nas entrelinhas dos textos, há mensagens minhas, quase subliminares, em que proponho um mundo de mais paz, justiça social, sem preconceitos de qualquer espécie, em que todos possamos exercer nossa plena liberdade.