Perdi o apetite! Na verdade, ao longo do ano de 1994, fui deixando de sentir o sabor da vida. Os acontecimentos estavam esvaziando minha alma. Não era apenas sobre a demissão ou o divórcio ou, ainda, a destruição do carro no acidente da rodovia. Tratava-se, basicamente, do engasgo emocional. Afinal, “eu estava como uma farinha velha numa cozinha nova!”, dizia pra mim mesmo. Meus pensamentos – por meses – pulavam mais que pipoca na panela até que, na manhã do dia 05 de dezembro, desse mesmo ano, o tempo congelou e, por segundos, fiquei sem pensar em algo ou reagir. Finalmente, alcancei a paz de espírito que todos falavam ao ler o diagnóstico médico: tumor na faringe.
Por Gilberto Broilo
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