Isolamento social, quarentena e confinamento são as palavras de ordem na vida do povo brasileiro. Para combater a pandemia do Covid-19, as autoridades aconselham, estimulam e decretam a não circulação social. Para escritores, momentos consigo e de introspecção são naturais, para facilitar o processo de inspiração e escrita. Mas como poetas, cronistas, contistas, romancistas… estão lidando com o confinamento obrigatório? Confira.
Rita Queiroz
“Nesta quarentena, tenho escrito bem, variando os estilos. Aprendi a escrever camolê (poema curto com três versos com seis palavras, todas começadas com a mesma letra, no primeiro verso: três palavras, no segundo, duas, e no terceiro, uma). Tenho intensificado a escrita de poemas voltados para o público infanto-juvenil, além de crônicas sobre a pandemia. E participado também de chamadas para antologias, como Mulheres pela Paz e Vamos triunfar. Além disso, tenho gravado vídeos recitando poemas e contando histórias.”
Rosa Acassia Luizari
“Em meio à quarentena imposta pela Covid-19, consigo dedicar um tempo maior à escrita de crônicas e artigos. Também estou revisando contos há tempo escritos e me reunindo virtualmente com profissionais da literatura para debates. Com minha agenda mais flexível, estou escrevendo um novo livro de poemas. A quarentena me possibilitou um período de produtividade mais extenso.”
Valéria R F Leão
“Nesse período de isolamento social as emoções estão à flor da pele. Com a sensibilidade exacerbada, ando transitando da crônica ao verso. Ando “ousando” poesias. Manter o otimismo e a esperança é essencial para a nossa saúde mental. As reflexões sobre o momento que estamos vivemos me inspira a manter a leveza na minha escrita. Sigamos acreditando que superaremos essa fase. Nada será como antes. Será melhor.”
Raquel Lopes
“Olhando pelo lado positivo a quarentena tem ajudado trabalhar mais nos textos e poemas, além de pesquisar e ler mais. Manter o foco é o melhor remédio contra as notícias ruins. Positividade sempre.”
Leonardo Andrade
“Neste período, minha forma de escrever mudou um pouco. Sou um escritor que se inspira nas ruas, nas paisagens, no que vejo caminhando por aí. Agora, recluso, estou refazendo meus passos da inspiração, buscando histórias nos noticiários, entre amigos que falo por WhatsApp e neste clima que nos envolve. Estou escrevendo mais sobre esperança, é um modo de passar esta mensagem e de reforçar meus alicerces com a certeza que sairemos melhores de toda essa loucura.”
Valquécia Costa
“Foi exatamente nesse período de quarentena que conheci os concursos literários e a possibilidade de participação em antologias. Com disciplina de horário me entrego à escrita diariamente. Como militante no enfrentamento à violência contra a mulher trago nas linhas formas de detectar um relacionamento abusivo e também sobre o amor presente num relacionamento saudável, além de falar sobre esperança e fé.”
Angeli Rose
“A quarentena está impactando na medida em que impõe a reclusão. Embora o ato de escrever seja solitário e exija disciplina, no meu caso, eu o fazia em alternância a outras atividades profissionais, sociais e domésticas. A rotina foi alterada definitivamente, parte pelo interesse pelas notícias do momento, do mundo e locais; parte pela possibilidade de quase total isolamento. Há dias em que não verifico whatsapp, emails, muito menos atendo ao telefone. Isso é algo que não conseguia fazer há tempos. Além disso, a própria quarentena entrou na agenda de temas para a escrita, principalmente pela beleza da intimidade com a linguagem e da contemplação na leitura de outros autores, elementos essenciais para a criatividade.”
Carlos Hahn
“Na voluntária reclusão, tenho mais inspiração para poetar. Além disso, tenho mais aconchego da esposa e dos meus cachorrinhos. Pena que lá fora nem todos tenham a minha sorte.”
Marilu Queiroz
“Em meio a essa fase ruim, escrever me acalma os pensamentos, que teimam em se rebelar. Na minha opinião, a lição que tiraremos disso tudo nos dirá o que realmente importa: Sonhar é ter dentro de si a força que move todos os ideais, todas as razões, motivações. É a chama que acalenta o futuro e obscurece o passado.”
Verônica Matioli
“Ando escrevendo bastante. Não senti diferença no processo de escrita durante a quarentena. Escrevo contos românticos, já consegui concluir dois durante este período.”
Rosana Batista Almeida
“Nessa quarentena, continuo escrevendo poemas e outros textos, bem como ajudando idosos e mais vulneráveis a não saírem de casa. Estou bem sensível à pandemia e sempre utilizo a janela criativa da minha escrita para respirar profundamente.”
Brenda Marques Pena
Tenho feito um diário com dicas culturais que compartilho no meu facebook desde o primeiro dia de trabalho em casa. Tenho criado muitas poesias, gravado e compartilhado áudio de poemas no meu canal e aproveitado para conferir shows virtuais, ver muitos documentários de música, filmes e passando um tempo com a família. Quero dar andamento em um romance que estou escrevendo: CantAlice, mas pra escrever por mais tempo direto exige uma concentração que está difícil no momento. Participar da antologia Vamos Triunfar traz otimismo para estes temos de isolamento físico.